"Os Verdes" questionam Governo sobre fecho da Kemet em Évora

"Os Verdes" questionam Governo

O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) questionou o Governo sobre os incentivos e as obrigações estabelecidas entre o Estado português e a multinacional Kemet Electronics, que pretende avançar com um despedimento colectivo na sua fábrica de Évora.
Através de uma pergunta dirigida ao Ministério da Economia e do Emprego, o deputado ecologista José Luís Ferreira quer também saber como é que o Governo fiscalizou e garantiu o cumprimento das obrigações assumidas pela multinacional norte-americana.
"Vai o Governo tomar medidas para que este despedimento colectivo não se venha a realizar" e "poderá o Estado ser ressarcido das verbas e incentivos fiscais concedidos à Kemet" são outras das perguntas feitas pelo parlamentar do PEV.
A administração da fábrica de Évora informou os sindicatos, no final de Novembro, sobre a sua intenção de avançar com o despedimento colectivo de cerca de metade dos trabalhadores, num total de 154, e deslocalizar parte da produção para o México.
De acordo com o deputado ecologista, a administração da Kemet Electronics "alega a falta de encomendas para efectuar este despedimento", mas estes argumentos são desmentidos "até por documentação pública da empresa".
"A Kemet, na realidade, está a preparar a deslocalização de parte da sua produção e equipamentos para o México", refere, realçando que a empresa "tem recebido do Estado português vários apoios de incentivos financeiros e fiscais e que poderão representar vários milhões de euros".
O deputado José Luís Ferreira diz que "parte destes apoios financeiros destinavam-se à criação de postos de trabalho", mas "o que tem acontecido é o inverso, de ano para ano o número de trabalhadores tem diminuído".
"Em 2007 eram 650 e hoje são 316, destes, 154 estão em vias de ser despedidos", lamenta.
O grupo parlamentar do PEV manifesta "muita preocupação" com a situação e alerta que se pode "estar perante o possível encerramento de mais uma unidade empresarial e a criação de mais desemprego, mais empobrecimento nacional, mais problemas sociais".
A unidade fabril da cidade alentejana produz condensadores de tântalo para telemóveis e para a indústria automóvel.

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Correio Alentejo

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