Oito pessoas que faziam parte de uma organização internacional foram detidas esta semana pela Polícia Judiciária (PJ) no Baixo Alentejo por suspeita do crime de tráfico de pessoas, revelou hoje à agência Lusa fonte policial.
As oito pessoas, entre elas duas mulheres, foram presentes na quinta-feira a tribunal, que decretou a prisão preventiva, a medida de coação mais gravosa, para quatro delas, enquanto as restantes ficaram sujeitas a apresentações periódicas às autoridades.
Várias fontes conhecedoras do processo contactadas hoje pela Lusa adiantaram que as oito pessoas, detidas na quarta-feira na zona de Aljustrel, são de nacionalidade romena.
As mesmas fontes explicaram que os oito detidos faziam parte de uma organização internacional que recrutava pessoas na Roménia para trabalharem e serem exploradas no Baixo Alentejo, em trabalhos agrícolas.
Os angariadores retiravam os documentos aos trabalhadores e não lhes davam o ordenado, alegando que o dinheiro era para pagar a viagem, o alojamento e a alimentação.
Em comunicado, divulgado hoje à tarde, a Judiciária indica que os seis homens e as duas mulheres, detidos pela Directoria do Sul pela presumível prática de um crime de tráfico de pessoas, têm idades entre os 22 e os 52 anos.
"Os arguidos aliciavam as vítimas no estrangeiro para executarem trabalho rural em Portugal, mediante a contrapartida do pagamento de um salário, comida e alojamento", segundo o comunicado da PJ.
No local de destino, segundo a Judiciária, "os arguidos retiam a documentação das vítimas e, alegando encargos com a viagem, alojamento e alimentação, apropriavam-se do salário" que era atribuído aos trabalhadores.
As fontes contactadas pela Lusa explicaram ainda que o salário dos trabalhadores romenos, explorados e que viviam em condições muito más, era contratado directamente pelos angariadores com os proprietários de explorações agrícolas do Baixo Alentejo.
