A jovem geógrafa Andreia Alves da Silva, natural de Castro Verde, fez parte da equipa Terra, que alcançou o terceiro lugar na iniciativa “Viagem Pelo Clima”, que teve por objetivo “sensibilizar a população para as alterações climáticas” e “promover ações concretas rumo à transição para uma economia sustentável”.
Andreia Alves da Silva, de 25 anos, fez equipa com a jurista Gabriela Moutinho (do Porto), a engenheira biológica Maria Nunes (Lisboa) e o estudante de Relações Internacionais Rodrigo Roque (Coimbra) e faz um balanço “extremamente positivo” da sua participação na competição.
“A oportunidade de viajar por Portugal continental e conhecer pessoas motivadas para fazer a diferença na comunidade foi, sem dúvida, uma experiência que me marcou e inspirou”, conta a jovem ao “CA”, garantindo ter ficado a conhecer “ideias e projetos espetaculares que estão a brotar e a maturar e que têm um grande potencial para fazer a diferença na comunidade”.
Andreia Alves da Silva descobriu a “Viagem pelo Clima” através das redes sociais e acabou por se candidatar a participar na iniciativa, devido ao seu propósito de “viajar com o mínimo impacto ambiental e o máximo de impacto social”.
Acabou por ser selecionada em abril, altura em que conheceu os elementos da sua equipa, com que passou 14 dias em viagem pelos concelhos de Cascais, Sesimbra, Torres Vedras, Faro, Arronches, Mangualde, Matosinhos e Penafiel. “Senti em primeira mão as assimetrias territoriais litoral-interior e norte-sul, que proporcionam diferentes desafios em cada um dos municípios”, conta.
Ao longo da viagem, a equipa da jovem castrense, que trabalha na área dos Riscos e do Ordenamento do Território, desenvolveu quatro tipos de atividades, sempre relacionadas com a temática das alterações climáticas.
“A mudança climática é uma preocupação para mim e acredito que seja para todos que têm consciência dos desafios que o futuro nos reserva”, nota Andreia Alves da Silva, considerando que “há, no entanto, uma certa apatia em relação aos recordes climáticos que são frequentemente noticiados nos meios de comunicação e pelos alertas da comunidade científica”.
“Isso é preocupante, pois parece indicador um certo comodismo. É fundamental rever os nossos padrões de consumo e adotar comportamentos mais sustentáveis nas nossas atividades diárias”, adverte.
Na opinião da geógrafa, “ainda há muito por fazer” e “um longo caminho a percorrer” nesta matéria. “A adaptação e a mitigação são processos complexos e demorados, que requerem tempo e esforço contínuos, mas o relógio não para de contar”, alerta a jovem de Castro Verde, para quem “é preciso trabalhar mais neste domínio e alertar para pequenos comportamentos do dia-a-dia que somados podem ter um impacto brutal”.
“Refletir sobre o impacto das nossas ações deve servir como uma motivação adicional para fazermos sempre um pouco mais, garantindo que as próximas gerações não sofram as consequências da nossa inação”, conclui Andreia Alves da Silva.