Guarda-redes do Alvorada agride espectador depois de insultos racistas

O guarda-redes do Alvorada de Ervidel agrediu, no passado sábado, 12, um espectador que assistia à partida da sua equipa em Alfundão, alegando ter sido vítima de racismo, mas o clube da casa questiona as razões que levaram o atleta a não ter alertado o árbitro durante o jogo sobre o que estava a acontecer.

Tudo aconteceu no intervalo da partida a contar para a Série B da 2ª divisão distrital, quando o guarda-redes brasileiro Daniel Goulart, do Alvorada de Ervidel, agrediu um adepto da casa.

Na sequência do incidente, a partida já não foi reatada pelo árbitro.

Em comunicado, o emblema do concelho de Aljustrel reconhece que o sue atleta “teve um comportamento irrefletido”, mas sublinha que se tratou de uma reação “após 45 minutos de injúrias e ameaças, todas de cariz xenófobo, como por exemplo ‘Macaco’, ‘Gorila’ e ‘Brasileiro de merda volta para o teu país’”.

“Os energúmenos que espoletaram toda a confusão não têm lugar em recintos desportivos”, acrescenta o clube, anunciando que “tudo fará para os levar perante a justiça, nomeadamente perante o Ministério Público e perante a Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto”.

O comunicado do Alvorada de Ervidel refere igualmente que Daniel Goulart “terá todo o apoio jurídico” por parte do clube “perante um possível castigo por parte do Conselho de Disciplina da Associação de Futebol de Beja”.

Em resposta, e também através de comunicado, a direção do CCD Alfundão afiança que “condena todo e qualquer tipo de violência e linguagem racista e xenófoba no desporto e em particular no futebol”, mas lança algumas “questões” sobre o sucedido, a começar pelo facto de Daniel Goulart “não ter comunicado tal linguagem à equipa de arbitragem” durante os primeiros 45 minutos do jogo.

O clube questiona ainda por que razão o guarda-redes “não comunicou essas injúrias ao seu treinador e, posteriormente, esse à equipa de arbitragem” e, igualmente, por que razão o árbitro auxiliar que se encontrava na zona do adepto “não ouviu e comunicou tal situação ao árbitro”.

O CCD Alfundão quer ainda saber por que razão “no relatório do árbitro não vem mencionado qualquer tipo de linguagem e ameaças xenófobas da parte desse adepto ao guarda-redes Daniel Goulart”.

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Correio Alentejo

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