Seis anos depois, Manuel Monge deixa o Governo Civil de Beja! Nomeado por um governo socialista, segue o caminho mais óbvio depois de o PSD de Pedro Passos Coelho ter vencido as eleições de 5 de Junho [de 2011]. Com uma particularidade: não terá sucessor porque o novo primeiro-ministro decidiu não nomear ninguém para o cargo!
“A extinção [do cargo de governador civil], do modo como está a ser feita, penaliza o país e o Governo. É uma opinião pessoal, não quer dizer que não haja toda a legitimidade de o fazerem. Especialmente porque as forças políticas do Governo o propuseram na campanha eleitoral e os portugueses sufragaram-no”, diz em entrevista ao “CA”.
Esperava não ter um sucessor no Governo Civil?
Realmente não esperava, a não ser nos últimos tempos, porque se foi criando esse clima. O facto de se criarem certos ambientes não quer dizer que se tenha razão. Também se criou um ambiente para soltar Barrabás e crucificar Jesus Cristo! É uma opinião pessoal, não quer dizer que não haja toda a legitimidade de o fazerem. Especialmente porque as forças políticas propuseram-no na campanha eleitoral e os portugueses sufragaram-no.
É uma má decisão?
Criou-se a ideia que os governadores custavam milhões de euros. Os governadores custam vinte e tal milhões porque fazem um determinado número de funções que alguém terá de fazer por eles. O dinheiro não se poupa! A única poupança previsível será acabar com os gabinetes dos governadores civis. Em Beja, o gabinete custou, até ao fim do mês de Dezembro [de 2010] cerca de 52 mil euros.
Pessoalmente houve algum projecto que o satisfizesse em especial?
Todos são importantes. Mas deu-me especial gozo ver o Alqueva completamente cheio no dia de reis de 2010 [6 de Janeiro]. Quando cheguei ao Governo Civil enviei um telegrama para o engenheiro Guterres a dar-lhe conta dessa satisfação.
O que vai fazer agora o general Manuel Monge?
O general Manuel Monge já tem idade para ter juízo e, portanto, agora é altura de parar. A minha vinda para aqui já foi algo que quis fazer pela minha terra, porque já estava fora das minhas circunstâncias estar a trabalhar com este ritmo depois dos 70 anos.








