A vida e a obra do historiador Túlio Espanca, considerado o “responsável moral" pela classificação de Évora como Património Mundial, vão ser evocadas esta quarta-feira, 8, em Évora, para assinalar o centenário do seu nascimento.
“Túlio Espanca foi o responsável moral pela classificação de Évora como Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)”, defende Rui Arimateia, da Câmara de Évora, em declarações à Agência Lusa.
O Município, a Direcção Regional de Cultura do Alentejo, a Biblioteca Nacional e Biblioteca Pública de Évora, com o apoio da Universidade de Évora e do Grupo Pró-Évora, organizam esta quarta-feira várias iniciativas para assinalar a data.
O conjunto de actividades começa, às 10h00, na Biblioteca Pública de Évora (BPE), com uma sessão solene “Comemoração do 100.º aniversário do nascimento de Túlio Espanca” e a abertura da exposição biobibliográfica “Túlio Espanca – O Olhar Revisitado”.
Pelas 14h30, também na BPE, realizam-se as “Conferências do Cenáculo In memoriam Túlio Espanca”, seguindo-se, às 17h00, o anúncio do Prémio Túlio Espanca, a atribuir pela Direcção Regional de Cultura do Alentejo.
Na Casa de Burgos, às 18h00, será inaugurada a exposição “Túlio Espanca Coleccionador” e, para o Museu de Évora, às 19h00, está marcada uma actuação do Ensemble Vocal “Manuel Mendes” do Departamento de Música da Universidade de Évora.
De acordo com o responsável da autarquia, Túlio Espanca “sistematizou todo o conhecimento e toda a caracterização cultural sobre Évora” nos inventários e nos seus artigos e estudos, o que possibilitou que “fosse muito mais fácil” a classificação da cidade pela UNESCO.
Rui Arimateia, também especialista em etnografia, realça que o historiador alentejano efectuou esse trabalho “entre 1940, quando entrou como cicerone [guia] nos serviços de turismo, até praticamente ao seu desaparecimento em 1993”.
“Ainda hoje, muitas pessoas de Évora se lembram da sua figura passeando pelas ruas da cidade, dando informações e fazendo as famosas visitas guiadas a milhares e milhares de pessoas”, assinala.
Túlio Alberto da Rocha Espanca nasceu no dia 8 de Maio de 1913, em Vila Viçosa, mas a maior parte da sua vida foi passada em Évora, para onde a sua família foi residir em 1919 e onde faleceu a 2 de Maio de 1993, com 79 anos.
Primo da poetisa Florbela Espanca, destacou-se como historiador auto-didacta e contribuiu com os seus trabalhos para que o Centro Histórico de Évora fosse classificado Património Mundial pela UNESCO em 1986.
Foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura em França e em Itália e elaborou o Inventário Artístico de Portugal, a pedido da Academia Nacional de Belas-Artes.
Em 1982, Túlio Espanca foi galardoado com o Prémio Europeu de Conservação de Monumentos Históricos e em 1983 foi agraciado pelo então Presidente da República, Ramalho Eanes, com a Ordem de Sant´Iago da Espada.
