A Junta de São João de Negrilhos, no concelho de Aljustrel, está preocupada com a instalação de novas culturas intensivas e superintensivas junto dos aglomerados urbanos da freguesia, tendo já alertado uma dezena de entidades oficiais.
Em causa está, segundo a autarquia, a anunciada instalação próximo do perímetro urbano dos aglomerados populacionais novas plantações intensivas ou superintensivas de olival.
Contudo, o novo Plano Diretor Municipal (PDM) de Aljustrel, atualmente em discussão pública, prevê uma faixa de 250 metros, “contada a partir do limite do perímetro urbano, interdita a instalação de novas culturas agrícolas ou renovação das existentes, em regime intensivo e superintensivo, bem como a instalação de estufas”, revela a Junta de Freguesia.
A par disso, o novo PDM determina que as culturas intensivas e superintensivas já existentes dentro desta faixa de 250 metros tenham de contemplar “sebes de compartimentação que sirvam de barreira de proteção aos aglomerados urbanos”.
Esta situação levou a Junta de Freguesia a enviar missivas a uma dezena de entidades oficiais, entre as quais a Câmara de Aljustrel, a Agência Portuguesa do Ambiente, a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e os Serviços Regionais do Ministério da Agricultura.
“Não se trata de uma afronta, nem de uma tomada de posição extremista e alarmista em relação às culturas intensivas e superintensivas”, mas “sim de aplicar uma medida de proteção, que possa ser capaz de criar alguma compatibilização entre a exploração agrícola dos terrenos e a qualidade de vida das populações residentes nos territórios”, justifica a autarquia.
A Junta de Freguesia recorda ainda que São João de Negrilhos “está desde sempre habituada à coabitação entre a vida urbana e a vida rural”, sendo a sua “principal fonte de sustentabilidade económica a agricultura”.
“No entanto, uma parte não pode nem deve sobrepor-se à existência ou desenvolvimento da outra”, advoga a edilidade, defendendo a “criação de medidas de coexistência regrada e integrada” para que “a comunidade possa continuar a viver com qualidade de vida e que os agentes económicos possam continuar a desenvolver a sua atividade”.