Muitas vezes, e bem mais que o desejável, cometemos o erro de discutir o acessório preterindo o essencial. Não que a profundidade de um debate injustifique abordar todas as perspectivas. Apenas porque é inconsequente discutir sem premissas que validem elementares conceitos.
Recordo que no passado nos prendemos em discussões igualmente laterais e sem concretizar uma acção defensora dos interesses da região. E ao falar em região não nos deixemos deslumbrar pelo imenso território, ou sequer nos acomodemos no discurso de uma solidariedade nacional de apoio e de investimento. Falemos de uma região de pessoas, de gente que nela habita e de mais gente que necessitamos que nela habite. Falemos de uma região com potencial económico e social. Falemos sempre de uma região capaz de decidir o seu futuro e de materializar o seu próprio desenvolvimento.
De nada nos valem projectos e investimentos, públicos ou privados, se em torno deles não nos unirmos como seus principais defensores e sem que deles tenhamos uma visão estratégica regional. De pouco nos servem os aeroportos e as barragens, os portos; ou a agricultura e o turismo, se não os administramos como um projecto global de desenvolvimento.
Numa altura em que se fala da abertura do aeroporto de Beja, os atrasos na obra, se criticam verbas e processos, aborda-se o futuro do aeroporto com um arrepiante cepticismo e distanciamento das questões mais prementes. Mas a verdade é que o aeroporto está praticamente concluído e a sua abertura é para breve, o mesmo será dizer: é para amanhã!
Mas a questão de fundo mantém-se na penumbra da actualidade: <b>Quem deve gerir o aeroporto de Beja? </b>
Pois bem, defendo sem hesitar que o mesmo seja concessionado à EDAB, empresa que o construiu, que conhece o potencial de desenvolvimento regional, que sabe da importância do mesmo na viabilidade de outros projectos e sectores e que pode gerar valor económico e social.
Não é exequível, do ponto de vista dos interesses nacional e regional, que a concessão do aeroporto se perca numa privatização ou se desaproveite na concessão à ANA – Aeroportos de Portugal.
No que respeita à privatização, diga-se que essa põe em causa o interesse nacional estratégico de transportes e de comunicações, e até poderão condicionar a sua viabilidade na relação entre forças militares que detêm a Base nº 11 e esses mesmos interesses privados.
E relativamente à empresa ANA, a mesma gere um conceito de infra-estruturas aeroportuárias diferente, com outras finalidades que não a especialização em <i>low cost</i> e o desenvolvimento de uma plataforma logística de cargas e de manutenção.
A atribuição da concessão do aeroporto a uma solução que não a EDAB não só prejudica o desenvolvimento do projecto como deita por terra a sua viabilidade e põe em causa o desenvolvimento nacional.
E é em torno da defesa da concessão à EDAB que nos deveremos unir. Como condição de viabilidade de um dos pilares de desenvolvimento regional. De outra forma hoje não imaginaríamos que a gestão dos fins múltiplos de Alqueva fossem concessionados a outros que não a própria EDIA, por razões exactamente idênticas. De outro modo não equacionaríamos a concessão do porto de Sines a outra entidade que não a APS, por razões igualmente idênticas.
Impõe-se assim, a todos os agentes políticos, económicos e sociais da região, uma congregação de apoio e de luta pela concessão do aeroporto à EDAB.
Festival Beja Jovem realiza-se até domingo
Concertos com artistas e DJ’s, como Pete Tha Zouk, Joana Perez e Overule, e atividades desportivas são propostas do Festival da Juventude – Beja Jovem