Na passada semana, em entrevista ao “Diário de Notícias”, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, anunciou a ambição do Governo de, até 2023, serem reunidas as condições necessárias para a abertura de três novos cursos de Medicina em Portugal, um dos quais na Universidade de Évora (juntamente com Aveiro e Trás-os-Montes).
No caso concreto do Alentejo, a possível abertura de um curso de Medicina em Évora não pode deixar de ser vista com bons olhos. Porque todos nós sentimos “na pele” a dificuldade que é ter consultas médicas a tempo e horas ou acesso a diversas especialidades sem ser em Lisboa ou Faro, devido à falta de médicos.
Por isso mesmo, a formação de novos clínicos na região levaria, certamente, que muitos deles acabassem por se fixar no Alto ou no Baixo Alentejo, dotando as nossas unidades hospitalares e centros de saúde de mais recursos humanos.
Curiosamente, não é assim que pensam as principais entidades ligadas ao sector, nomeadamente a Ordem dos Médicos ou o Conselho das Escolas Médicas Portuguesas. Talvez pelo facto de os seus responsáveis estarem todos nos grandes centros urbanos e nos principais hospitais, descurando que nas cidades, vilas e aldeias do interior haja uma falta evidente de médicos. E que grande parte dos que há ou são estrangeiros ou tarefeiros.
Por isso, se queremos um país homogéneo, com cada vez menos assimetrias entre litoral e interior, é preciso encontrar soluções para problemas como o da saúde, não de “resistências corporativistas”.
2. É justíssima a homenagem pública que a Câmara de Castro Verde presta neste domingo, 12, a António dos Anjos. Um dirigente exemplar, mas sobretudo um exemplo de cidadão.