<b>Coisas complicadas</b>
É conhecido em Beja o comportamento de alguns membros da comunidade cigana aqui residente. Quer nas estações de correio, no hospital, nas farmácias ou em qualquer outro local público, estes elementos sentem-se cidadãos privilegiados, seguramente porque assim foram culturalmente ensinados, e não respeitam a mais pequena regra da sã cidadania.
Vem isto a propósito de mais uma situação a que assisti e que, por se ter tornado em “coisa normal”, já ninguém protesta ou, se o faz, é em surdina, com receios que me parecem infundados.
Sempre que há um velório, de algum defunto de etnia cigana, na Casa Mortuária (CM) junto ao Cemitério de Beja, verificam-se situações que não me parecem normais. A estação de serviço que fica ali perto vê-se obrigada a encerrar as suas portas e ninguém tem acesso ao interior da loja. Todas as compras têm que ser feitas através de uma pequena janela. Janela esta onde se aglomeram os familiares do defunto, impedindo que outros possam adquirir os bens que ali se vendem. Há dias, logo de manhã, a aglomeração era maior. Era a hora do pequeno-almoço. Porém, só aquela comunidade teve direito a tomar a primeira refeição: para além de quase impedirem que outras pessoas ali chegassem, o rasto de sujidade era tal que, mesmo com muito boa vontade, se perdia o apetite para beber um café e comer um pastel de nata. Tudo foi lançado para o chão, deixando o local numa verdadeira imundície.
Também durante o velório, alguns cafés do bairro contíguo se sentem na obrigação de encerrar portas. O espaço fronteiro à Casa Mortuária transforma-se numa verdadeira tela abstracta com tudo o que é lixo.
O que é complicado nisto tudo, e que me preocupa, é saber que, se não fossem de etnia cigana os originadores de todas aquelas situações, estariam já os cidadãos poluidores e desrespeitadores das leis e das mais elementares regras de cidadania sob a alçada da lei, para além, obviamente, de serem apontados como maus exemplos para a sociedade.
<b>Coisas duvidosas</b>
Ainda não entendi, e a culpa, garanto-vos, não é minha, quais os objectivos que encorpam as habituais praxes levadas a cabo pelos estudantes das diversas escolas do ensino politécnico de Beja. Assistimos, durante dias – muitos dias – a um desfilar de jovens caloiros que, obrigatoriamente voluntários, se prestam a desempenhar papéis que, normalmente, não são atribuídos a seres humanos de uma sociedade civilizada. Actos de humilhação, de violência até, nada têm a ver com a praxe académica que, como estes novos estudantes deveriam saber, tem tradições históricas e culturais que têm que ser respeitadas, sob pena de as mesmas se transformarem em palhaçadas de mau gosto e numa antecipação dos corsos carnavalescos. Sugere-se que, no próximo ano lectivo, os aplicadores masculinos da “DVRA PRAXIS SED PRAXIS!” desenvolvam algumas actividades bem mais salutares:
– Como usar o preservativo;
– Como seduzir uma colega sem ser ordinário;
– Como ser moderado nas expressões públicas de aerofagia;
– Como fazer pataniscas com a farinha que costumam derramar por cima dos caloiros.
Isto, claro, se ainda houver verdadeiros voluntários para a praxe académica…
<b>Coisas simples</b>
A recusa das autarquias dominadas pelo PCP em aderir à Área Regional de Turismo do Alentejo (ARTA) é das coisas mais simples de compreender. Acatando as ordens emanadas do Comité Central, os autarcas do PCP tentam garantir um lugar em qualquer uma das listas que irão a votos em 2009. É uma questão se sobrevivência, pois caso contrário o assunto teria sido discutido em sede de executivos camarários. Em Beja não o foi e ninguém ficou a saber donde partiu a decisão de se marginalizar o Município que vai receber a sede da ARTA. Os autarcas do PCP – e refiro-me a Beja – preferem contribuir para a política do “orgulhosamente sós” a inverterem um caminho que, como já se viu, vai transformando a cidade de Beja numa urbe cada vez mais isolada, cada vez mais sozinha e desertificada. O que vão agora fazer as autarquias comunistas que se excluíram por teimosia? Certamente inventar uma nova associação, sabe-se lá com que regime jurídico, que garanta alguns “tachos”, esses mesmos, tão criticados pelos comunistas.
Simples, não é?