Três deputados do PSD, CDS-PP e PS andaram durante algum tempo a preparar uma nova regulamentação para a cobertura das campanhas eleitorais por parte da comunicação social. Foram semanas de conversações e troca de ideias que não chegaram a dar corpo a uma tentativa de projecto de lei. Felizmente! Porque o que se começou desde logo a vislumbrar foi a tentativa de os partidos políticos assumirem a coordenação das redacções em tempo de eleições.
Perante aquilo que se anunciava, os principais órgãos de comunicação social do país rapidamente se uniram e gritaram em uníssono que não aceitavam tal interferência no seu trabalho. A indignação, partilhada por alguns responsáveis políticos, acabou por atingir tal nível que tudo voltou à estaca zero. O que é uma boa notícia para a democracia em Portugal.
Será bom não esquecer que durante mais de 40 anos o país viveu agrilhoado e com medo. Fosse nas ideias, nas palavras ditas nos café ou nas opções políticas. Foram tempos escuros em que só o azul do lápis da censura dava alguma cor à imprensa nacional. Mas tudo mudou em Abril de 1974 e desde então que Portugal melhorou em todos os aspectos. E para isso muito se deve também à comunicação social, que – mais vezes bem que mal – soube fazer o seu trabalho de noticiar e informar, nem que isso fosse adverso àqueles que vão ordenando.
É por tudo isto que esta tentativa de regulamentar/ controlar o que seria feito em tempo de campanha por uma comissão dita “independente” cheirava a bafio e não deixava antever nada de bom. Se tal se concretizasse, seria o início de uma caminhada que dificilmente não terminaria no abismo de onde saímos há apenas 41 anos.

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