Desde 1981 que o ouriquense Celestino José está ligado à columbofilia, quatro décadas de paixão e dedicação que foram, finalmente, premiadas em 2019, com os títulos distrital e nacional alcançados por uma fêmea da sua colónia na categoria de Maratonas. Vitórias que o columbófilo de 61 anos não esperava e que levaram à integração da sua “atleta” na comitiva que vai representar Portugal na Exposição Olímpica, que se realiza neste fim-de-semana, 25 a 27 de Janeiro, na Polónia.
“Vou ser sincero: não esperava [estas conquistas]! Sabia que ela era boa e que tinha marcado em seis provas, mas não esperava isto. Pensei sempre que havia pombos melhores que os meus… E no entanto consegui ser campeão distrital e nacional”, conta com orgulho Celestino José.
Em conversa com o “CA” junto ao seu pombal, com o arrulhar dos pombos em fundo, Celestino José admite que os títulos ganhos são ainda mais inesperados porque nunca gostou muito de enviar os seus atletas para provas de fundo. “O ano passado é que comecei a mandar mais pombos e o que se está a ver é isto! Correu bem”, diz a sorrir.
Antes destes títulos, o máximo que Celestino José tinha alcançado era uma vitória em 1996 ao nível da Sociedade Columbófila de Ourique, pela qual compete. “Foi quando tive pombos bons de fundo e cheguei a mandar para Barcelona e para Zaragoza. Nessa altura estava mais ou menos bom, mas depois desmazelei-me um pouco… Até que pensei: ‘Estou adormecido! Ou continuo com isto com mais força ou desisto de uma vez por todas’. Foi o que me fez incentivar mais um bocadinho”, conta.
A motivação pessoal surtiu efeito e Celestino José viu mesmo a sua atleta ser a melhor do país na Maratona. E poderá vir a ser também a melhor do Mundo nas Olimpíadas? [risos] “Nem sequer estou contando com isso… Mas ela foi para lá [para a Polónia] e vamos lá ver que classificação traz. Mas só o ter ido lá representar Portugal já é bom. Fico muito orgulhoso”.
A columbofilia entrou na vida de Celestino José em 1981, tinha então 24 anos. “Só há um [columbófilo] mais velho que eu em Ourique”, garante a sorrir, lembrando que este é o desporto de que sempre tem gostado mais. “Ganhe que não ganhe, gosto de ter pombos. E mesmo que às vezes pense em acabar, a malta incentiva-me e tenho-me aguentado”, diz.
Actualmente Celestino José conta com 200 animais na sua colónia, incluindo reprodutores, o que exige muito trabalho diário. “Tem de ser todos os dias, limpeza e essas coisas todas. Temos de andar sempre em cima disto, mas quem corre por gosto não cansa”, nota, afiançando que não há “segredos” para ter um pombo campeão. “Depende muito do animal… No meu pombal, para um pombo marcar tem de ser bom. Porque com as condições que tenho, tem de ser mesmo bom. É o caso desta fêmea e de outros que por aqui têm passado”.
Celestino José fala dos seus animais com paixão. A mesma paixão que o faz continuar ligado à modalidade, ainda que reconheça que as condições em que tem o seu pombal não sejam as melhores. Por isso, e depois de ter iniciado 2019 da melhor forma possível, o columbófilo ouriquense já pensa em novas conquistas. “Se puder fazer melhor, faço. Vamos ver o que vai sair”, conclui.
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