Cinco grifos e dois abutres libertados na zona de Mourão

Cinco grifos e dois abutres

Cinco grifos e dois abutres-pretos que estiveram em recuperação num centro da Quercus, em Vila Nova de Santo André (Santiago do Cacém), vão ser libertados esta quinta-feira, 30, na zona de Mourão.
A operação vai ser realizada pela Quercus, através do seu Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André, e pelo Centro de Estudos da Avifauna Ibérica (CEAI), com sede em Évora.
“Estas sete aves foram recolhidas pelo Serviço de Protecção da Natureza (SEPNA) da GNR, depois de terem caído no processo normal de migração por falta de descanso e de comida, e estiveram em recuperação em Santo André”, explica à Agência Lusa Catarina Machado, do CEAI.
As recolhas aconteceram nos concelhos de Montemor-o-Novo, Sines, Santiago do Cacém, Odemira e Grândola, entre Setembro e Dezembro do ano passado, informa também a Quercus.
Os cinco grifos (Gyps fulvus) e os dois abutres-pretos (Aegypius monachus) [na foto]vão agora ser devolvidos à natureza na Estação Biológica do Garducho, pertencente ao CEAI e localizada em Granja, no concelho de Mourão, a “dois passos” de Espanha.
A libertação enquadra-se no projecto LIFE – Inovação Contra Envenenamentos, tendo as aves de rapina sido marcadas com placas alares que vão permitir “facilmente monitorizar e registar o seu avistamento”.
“Vamos poder manter esta população ‘debaixo de olho’ e escolhemos esta zona para a libertação porque é a que apresenta melhores condições para este tipo de aves, até pela proximidade de uma colónia existente em Espanha”, justifica Catarina Machado.
No âmbito do projecto, a marcação é uma ferramenta para a conservação das aves e para o combate ao uso ilegal de venenos, pois, aumenta a eficácia na detecção de eventuais episódios de envenenamento, referiu a Quercus.
Esta organização ambientalista gere, actualmente, três centros de recuperação de animais selvagens no país: em Santo André, Castelo Branco e Montejunto.
O Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André, inaugurado em 1992, já recebeu cerca de 2.500 aves.
O projecto LIFE – Inovação Contra Envenenamentos, co-financiado pelo Programa LIFE da União Europeia, pretende contribuir para a erradicação do uso ilegal de venenos e decorre em oito áreas-piloto distribuídas por Portugal, Espanha e Grécia.
Em Portugal, as duas áreas-piloto são a Zona de Protecção Especial para Aves (ZPE) do Tejo Internacional, Erges e Ponsul, dinamizada pela Quercus, e a ZPE Moura-Mourão-Barrancos, dinamizada pelo CEAI.
Até agora, revelou a Quercus, foram marcadas e libertadas 153 aves de rapina, 47 delas na ZPE Moura-Mourão-Barrancos e 106 na do Tejo Internacional, Erges e Ponsul.
O uso ilegal de iscos envenenados é a principal causa de morte não natural para várias espécies em perigo de extinção a nível europeu, como a águia imperial ibérica ou o abutre negro, e é uma das causas principais de morte não natural para outras espécies em perigo, como o lobo ou o urso.

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Correio Alentejo

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