A oposição CDU acusou hoje a gestão PS da Câmara de Aljustrel de "enorme irresponsabilidade" por ter aumentado a dívida à Águas Públicas do Alentejo, mas o presidente do município diz que o pagamento está acordado.
Num comunicado enviado ao “CA”, os vereadores da CDU referem que o "serviço da dívida" da autarquia à empresa Águas Públicas do Alentejo (Agda) "não parou de aumentar" apesar de o executivo PS ter contraído, "num passado recente", através do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), "um avultado empréstimo" para saldar dívidas, como as contraídas à empresa entre 2010 e 2012 e que rondavam 484.000 euros.
Trata-se de "uma enorme irresponsabilidade com consequências desastrosas para a saúde financeira do município", consideram os vereadores comunistas, que defendem a "reposição do bom nome da autarquia" e propõem que a Câmara de Aljustrel "salde as suas dívidas".
Comentando a posição pública da CDU, o presidente da Câmara de Aljustrel, o socialista Nelson Brito, disse que o pagamento da dívida está "acordado" com a Agda e acusou os vereadores da CDU de estarem "alheados da realidade".
Isto porque, afirmou, "as dívidas à Águas Públicas do Alentejo são o pão nosso de cada dia da generalidade dos municípios e fruto da realidade socioeconómica da região, ou seja, as câmaras suportam socialmente o preço da água".
Segundo o autarca, a dívida resulta do "péssimo acordo" entre as autarquias e a Agda, o qual "foi herdado do anterior executivo CDU e obriga a Câmara de Aljustrel a pagar mensalmente 50 mil euros à empresa tendo uma receita de 20 mil euros por mês de cobrança de água".
Os vereadores comunistas, "ao criticarem a dívida da Câmara de Aljustrel à Agda certamente procuram, com insensibilidade social, que se aumente o preço da água para três vezes mais", o que seria necessário fazer para a autarquia conseguir assumir os compromissos com a empresa, disse o autarca.
Por outro lado, "não se deve ver a árvore, mas sim a floresta", frisou, referindo que a atual PS herdou do anterior executivo CDU uma dívida total de 11,7 milhões de euros, a qual já conseguiu reduzir "em 20%", para 8,9 milhões de euros, nos últimos cincos anos "de enorme austeridade e cortes para os municípios".
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