A cooperativa Lavrar o Mar vai inaugurar neste sábado, 29, um novo espaço na vila de Odemira, onde pretende vir a criar “pontes” entre todas as culturas “que habitam” este território através das artes e da experimentação artística.
A Casa Novo Bowing – Centro das Relações Planetárias, instalada na antiga residência de estudantes de Odemira, será inaugurada pelas 17h00, e marca o início do projeto artístico e social com o mesmo nome, dirigido por Madalena Victorino, que ambiciona promover “o diálogo entre migrantes asiáticos e a população local de Odemira através da arte”.
O Novo Bowing dá continuidade ao projeto Bowing, dinamizado no concelho pela Lavrar o Mar entre 2020 e 2022, e pretende “trabalhar sobre as pessoas individualmente, sobre o seu futuro e sobre a possibilidade da criação de pontes entre todos estas culturas que habitam o território de Odemira”, explica ao “CA” Madalena Victorino.
A iniciativa, financiada pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Câmara de Odemira, vai ser desenvolvida entre 2025 e 2027, incluindo atividades em escolas, oficinas de capacitação e laboratórios de experimentação artística colaborativa. A Casa Novo Bowing – Centro das Relações Planetários será um “eixo” fundamental do projeto, servindo de “base” para duas das dimensões da iniciativa.
Segundo Madalena Victorino, neste espaço serão trabalhadas “questões relacionadas com a dimensão ‘Labor’, com o intuito de poder ‘desviar’ alguns trabalhadores que estão na agricultura intensiva, que não se sentem tão felizes aí e têm capacidades e skills que querem desenvolver”.
“Queremos que o projeto possa ajudá-los a concretizar isso e poderem assim serem cidadãos realizados e a viver bem no nosso território, a contribuir para o seu desenvolvimento”, explica a diretora artística do projeto.
Projeto Novo Bowing vai igualmente ser desenvolvido nas escolas dos agrupamentos de Odemira, São Teotónio e Vila Nova de Milfontes, com a participação das “múltiplas populações que habitam as salas de aula”.
Na Casa Novo Bowing será igualmente dinamizada a “dimensão ‘Pessoa’ do projeto”, em que o espaço ser tornará num “espaço laboratorial artístico, onde pessoas de múltiplas culturas e nacionalidades, gerações e backgrounds de todo o tipo vêm fazer experiências artísticas”.
O objetivo é que seja “um encontro que possa apontar para uma nova forma de estarem umas com as outras nesta dimensão que o mundo agora tem, da passagem, do movimento, das migrações permanentes entre países à procura de uma vida que faça sentido, melhor e digna”, diz Madalena Victorino.
O projeto Novo Bowing vai igualmente ser desenvolvido nas escolas dos agrupamentos de Odemira, São Teotónio e Vila Nova de Milfontes, com a participação das “múltiplas populações que habitam as salas de aula”.
“Queremos, através de uma relação entre artistas e matéria curricular, abrir uma programação muito presente e forte no campo artístico em meio escolar, especificamente dentro da sala de aula, em articulação com os professores”, adianta Madalena Victorino.
Ao contrário do seu antecessor, o projeto Novo Bowing pretende ir de encontro às “necessidades e problemáticas das pessoas”, não tendo como finalidade a conceção e apresentação pública de uma performance artística.
“Vamos é criar atmosferas artísticas, de experimentação dentro da casa, que têm como grande objetivo o encontro e novas formas das pessoas se relacionarem entre si e, ao mesmo tempo, apontar para ajudar as pessoas a encontrar o seu lugar no trabalho e na sociedade. Na escola ajudar a que todos se sintam num lugar comum e não em lugares separados”, conclui Madalena Victorino.
Foto: DR_João Mariano/1000olhos