Os 13 alunos da escola de Rio de Moinhos (Aljustrel) vão continuar sem ir às aulas, depois de o protesto inconclusivo realizado esta segunda-feira, 22, em Évora.
“Os pais decidiram que as crianças vão continuar sem ir às aulas”, disse à Agência Lusa o presidente da Câmara de Aljustrel, Nelson Brito.
Pais e alunos de Rio de Moinhos, assim como responsáveis autárquicos do concelho, protestaram esta segunda-feira em Évora, junto dos serviços regionais do Ministério da Educação e Ciência (MEC) no Alentejo, contra o encerramento da escola.
O fecho deste estabelecimento de ensino do primeiro ciclo do Ensino Básico tem vindo a ser contestado pela população e Câmara Municipal, pelo que, apesar de o ano lectivo ter arrancado há uma semana, os alunos ainda não foram às aulas.
Os pais e a população de Rio de Moinhos estão também contra a transferência das crianças para o Centro Escolar Vipasca, em Aljustrel, a cerca de quatro quilómetros de distância.
No protesto realizado em Évora, explicou Nelson Brito, a delegação “não foi recebida pela delegada regional” da Direcção Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEstE), mas sim “por uma professora contratada”.
“A DGEstE não recebeu com dignidade a delegação que se deslocou a Évora e ainda teve o desplante de chamar policiamento, para me identificar como autor da manifestação e identificar as crianças, que elas também estavam no protesto”, lamentou o autarca.
Segundo Nelson Brito, desde há meses que a Câmara envia para os serviços regionais do MEC “informações sobre a recusa do fecho da escola” e “a declinar a responsabilidade de assegurar o transporte das crianças”, mas sem obter “respostas”.
“A autarquia já disse, justificou e comprovou que não tem condições para assegurar o transporte das crianças para Aljustrel. Os alunos não vão às aulas enquanto não houver uma solução concertada com a autarquia para uma situação que nunca foi dialogada connosco”, frisou.
Na reunião desta segunda-feira, a representante da DGEstE “apenas levou uma folha em branco para anotar” as reivindicações, afirmou o autarca, afirmando que o Município entregou o orçamento pedido a uma empresa com os custos do transporte entre Rio de Moinhos e Aljustrel.
“O orçamento fica em cerca de 5.300 euros por mês, porque são os 4.600 euros da empresa transportadora e mais 700 para pagar a uma auxiliar que teria de acompanhar esse transporte”, o que prova que “fica mais barato manter a escola de Rio de Moinhos aberta”, argumentou.
A contestação no concelho mineiro promete continuar porque, segundo Nelson Brito, os pais e alunos de Rio de Moinhos pretendem deslocar-se esta semana, mas sem dia ainda marcado, a Lisboa, para protestarem junto do edifício do MEC.
A Lusa tentou contactar, sem sucesso, a Direcção de Serviços do Alentejo da DGEstE.
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