A Federação das Associação de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) escreveu uma carta aberta à ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, onde exige “medidas atempadas” que compensem “as perdas de rendimento” causadas pela seca.
Na carta, a que o “CA” teve acesso, a FAABA lembra que o sul do país “debate-se com graves problemas quer a nível da agricultura de sequeiro quer a nível da agricultura de regadio”.
“Tudo isto deriva de situações de pluviosidade escassa e irregular que se traduz em secas recorrentes, que se agravam a cada ano que passa, como resultado do fenómeno das alterações climáticas”, argumenta a Federação, considerando que a atuação do Governo “não tem ajudado a mitigar estas situações, uma vez que as medidas de política são definidas de uma forma avulsa, com horizontes temporais curtos, e, muitas vezes, contrariando as legítimas aspirações dos agricultores”.
Nesse sentido, na carta aberta enviada a Maria do Céu Antunes a FAABA pede que o Governo mitigue “os efeitos da seca através de medidas atempadas de apoio aos agricultores que compensem as perdas de rendimento e criação de um verdadeiro sistema de seguros agrícolas”.
A par disso, é solicitada uma nova avaliação do despacho nº2/2023, “por forma a que o critério para disponibilizar água a título precário para reconversão de culturas permanentes seja o volume de água e não as dotações de rega por cultura tal como definidas pelas tabelas da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR)”.
A FAABA exige ainda a “inclusão dos regantes precários nos perímetros de rega” e o “aumento da quota de água disponível para a agricultura tendo em vista a expansão prevista da área de regadio do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA)”.
Neste âmbito, a Federação entende também que o Governo deve “elaborar os estudos necessários que permitam o aumento de capacidade de armazenamento de água do complexo de Alqueva”.
Por fim, a Federação com sede em Beja espera que haja a “definição urgente de uma estratégia séria de recursos hídricos com um horizonte de médio e longo prazo para o sul do país que permita não só aumentar o armazenamento ou captação de água, como a criação de uma verdadeira rede de distribuição para que a água chegue a toda a região”.