O empresário e atual presidente da Distrital de Beja do PSD, Gonçalo Valente, é o cabeça de lista da Aliança Democrática na região para as Legislativas de 2024 e defende que “tal como no país, a mudança é necessária no nosso distrito”. “Sentimos uma forte vontade de mudança e muitas manifestações de carinho, de motivação e de incentivo”, diz.
Por que razão devem os eleitores do distrito de Beja votar AD nas eleições Legislativas de 10 de março?
O distrito de Beja tem tido nos últimos anos uma ampla maioria do Partido Socialista e do Partido Comunista, tanto a nível local como nacional. A pergunta que se deve colocar é a seguinte: o que é que a região tem ganho com a confiança que tem dado a estes dois partidos? Penso que muito pouco! Basta ver o que falta fazer para aproveitarmos as nossas grandes potencialidades: não tem existido investimento público na nossa região que possa alavancar o investimento privado, promover o desenvolvimento, criar mais riqueza e fixar mais pessoas. Têm existido muitas promessas, mas pouca concretização. O nosso distrito ficou para trás nas prioridades destes partidos e em especial dos governos do PS. Os atuais deputados submetem-se às políticas nacionais ditadas pelas cúpulas partidárias e não têm tido uma voz forte na defesa da sua região e das pessoas que os elegeram. Tal como no país, a mudança é necessária no nosso distrito, não só pelas razões apontadas, mas também pela exigência de uma outra representatividade na Assembleia da Republica que seja uma voz forte na defesa dos interesses da região.
Existem condições políticas para a AD voltar a ter um deputado eleito pelo círculo de Beja?
Por tudo o que atrás foi dito, e principalmente pelo que temos sentido nas diversas iniciativas que temos desenvolvido junto da nossa sociedade, sentimos uma forte vontade de mudança e muitas manifestações de carinho, de motivação e de incentivo. Na nossa opinião, existem todas as condições para termos a AD de Beja na Assembleia da República.
Quais devem ser as prioridades do próximo Governo para o distrito de Beja?
Nem todas as necessidades podem ser resolvidas de imediato. Não vamos resolver imediatamente aquilo que não foi feito em anos. Mas vamos estabelecer prioridades e, nesse contexto, pensamos que as acessibilidades à nossa capital de distrito, bem como em toda a região, são muito importantes, tanto rodoviárias como ferroviárias. A área da saúde também será para nós uma prioridade, assim como a agricultura, que terá um olhar global, tanto no regadio como no sequeiro, com a garantia de ouvir sempre os representantes do setor e realizar os investimentos que sustentem e promovam o seu desenvolvimento equilibrado. E estudar bem o pleno aproveitamento do aeroporto de Beja.
Que investimentos devem ser prioritários para a região na próxima legislatura?
Os investimentos devem priorizar as vias de comunicação rodoviárias e ferroviárias, a ampliação do hospital distrital, acompanhada do reforço e aumento das suas valências bem como de políticas de fixação de profissionais nesta área da saúde. Também defendemos os investimentos públicos na agricultura, não só no aumento do perímetro de rega do Alqueva, mas igualmente em toda a outra região, de modo a termos uma agricultura de sequeiro que tenha condições de garantir os padrões de qualidade que pode oferecer, diversificar os seus produtos e contrariar as alterações climáticas. Existem depois outros investimentos noutras áreas que serão considerados em função das necessidades, dos meios de financiamento e sempre em articulação com os responsáveis dos diferentes setores e as autarquias.
O último Governo esteve em funções apenas dois anos – como avalia a sua ação no que ao distrito de Beja diz respeito?
Tal como os anteriores governos, este também ignorou completamente as necessidades estruturantes do nosso distrito. Foi um governo de má memória para todo o país e, naturalmente, também para o nosso distrito. É possível fazer mais, termos mais ambição e darmos uma nova esperança a toda a nossa população. O nosso compromisso é com a nossa região e nunca defraudaremos a confiança que em nós depositarem.
* O “CA” entrevista, até sexta-feira, 1, os cabeças-de-listas pelo círculo de Beja dos partidos atualmente com representação parlamentar