Talvez o projecto mais importante dos últimos mandatos autárquicos no concelho de Mértola: é desta forma que o presidente da Câmara Municipal local, Jorge Rosa, classifica a nova Estação Biológica, apresentada publicamente no passado dia 13 de Dezembro. A nova infra-estrutura será instalada nos antigos silos da EPAC, junto ao rio Guadiana, num local que irá igualmente acolher o futuro Centro de Interpretação da Biodiversidade e da Fauna Animal do Baixo Guadiana.
Os trabalhos deverão começar já em 2020, sendo previsível que a empreitada se prolongue por quase dois. Ao todo, a Câmara de Mértola estima um investimento na ordem dos 4,5 milhões de euros, tendo já comparticipação comunitária assegurada.
Segundo Jorge Rosa, a futura Estação Biológica de Mértola vai permitir ter em permanência na “vila-museu” uma equipa entre 25 a 30 investigadores, através da parceria com o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, a trabalhar nas áreas da biogenética animal, da biodiversidade e da identificação genética de espécies.
O autarca explica que o projecto faz parte daquela que tem sido a estratégia municipal dos últimos anos, que passa por “aproveitar” e “potenciar” as mais-valias do concelho, “nomeadamente a questão da natureza, para criar valor no território”. “É isso que temos vindo a fazer e este projecto é o que permite, de uma forma muito concreta, fazer tudo isso: casar o conhecimento cientifico com aquilo que são os valores naturais e com a estratégia de uma região para desenvolver e potenciar e valorizar esses recursos”, vinca Jorge Rosa.
Nesse sentido, continua o presidente da Câmara de Mértola, a futura Estação Biológica “vai materializar toda essa estratégia no que toca às questões ligadas à agro-ecologia, à transformação tem que ocorrer neste território por via das alterações climáticas e às questões de manutenção dos sistemas mediterrânicos que são tradicionais, o montado, as questões agro-silvo-pastoris e as questões florestais”.
“Tudo isso faz parte de uma estratégia de aproveitamento, por um lado, mas, sobretudo, também de defesa e manutenção para o futuro, por outro lado”, justifica Jorge Rosa, que reforça: “É um conjunto de situações que se encadeia numa estratégia que vai, finalmente, ser materializada neste projecto da Estação Biológica e que vai depois perdurar para o futuro”.
Por isso mesmo, Jorge Rosa revela que a par da Estação Biológica vai ser criado o Centro de Interpretação da Biodiversidade e da Fauna Animal do Baixo Guadiana, onde a autarquia pretende mostrar às gerações vindouras o que existe no território “para efeitos científicos, de estudo, de educação, mas também por questões turísticas ou mesmo apenas de observação”.
“Portanto, este será um complexo com todas estas valências, onde o conhecimento cientifico vai casar com prática do terreno, com o conhecimento do território e vai, também, trazer mais riqueza e valor para Mértola”, conclui Jorge Rosa.
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