A Universidade de Évora está a contestar, junto da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), a classificação atribuída a seis dos seus dez centros de investigação avaliados, os quais não passaram à segunda fase do processo.
“O prazo para a contestação acaba na sexta-feira e estamos a acompanhar os centros para fazermos essa reclamação junto da FCT”, diz à Agência Lusa a reitora da Universidade de Évora, Ana Maria Costa Freitas.
Dos dez centros de investigação em que a academia alentejana é a Unidade de Gestão Principal, analisados no processo de avaliação das unidades de investigação do sistema científico nacional, só quatro obtiveram classificação para passar à segunda fase, tendo os outros seis ficado pelo caminho.
Laboratório HERCULES – Herança Cultural, Estudos e Salvaguarda, Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CIDEHUS), Instituto de Ciências da Terra (ICT) e Centro de Estudos e Formação Avançada em Gestão e Economia (CEFAGE) são as unidades com ‘nota positiva’.
De entre as unidades que não passaram à próxima fase da avaliação, constam, por exemplo, o Centro de História de Arte e Investigação Artística (CHAIA) ou o Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM).
“Estamos a contestar porque há bastantes discrepâncias na avaliação. Há painéis com critérios nitidamente diferentes e, noutros casos, podemos questionar até os próprios painéis”, critica a reitora, insistindo que existem “resultados díspares e afirmações que, em alguns casos, são quase ofensivas para a Ciência em Portugal”.
Na anterior avaliação deste tipo, realizada “há sete anos”, vários dos centros de investigação da Universidade de Évora (UÉ) “tinham tido classificação de ‘Muito Bom’” e, agora, “baixaram de classificação e não passaram”.
“Não se percebe. É uma avaliação independente, mas ‘cega’, porque era preciso conhecer o mínimo do tecido de investigação em Portugal”, afirma, realçando que este processo está igualmente a ser alvo de contestação “pela maioria das universidades e dos centros de investigação” do país.
Afirmando-se “preocupada”, Ana Maria Costa Freitas explica que, em termos práticos, o facto de os seis centros não terem passado à segunda fase significa “a perda de financiamento plurianual que era atribuído pela FCT” às unidades.
“E, a longo prazo, cria outras dificuldades. Os centros sustentam o segundo e terceiro ciclos e, cada vez que nos dirigimos à FCT para aprovar um novo, temos de mostrar que temos investigação nessa área e esta é justificada por professores em centros avaliados positivamente”, diz.
Indirectamente, frisa, afecta ainda o financiamento da academia: “As nossas verbas próprias são dinheiro das propinas e dos projectos de investigação e, claro, é mais fácil ganhar um projecto num centro considerado ‘Excelente’ do que ganhá-lo num centro considerado ‘Bom’”.
Das 322 unidades de investigação nacionais que se candidataram, em 2013, a fundos públicos, 71 não vão receber financiamento, de acordo com os resultados da primeira fase da avaliação divulgados, no final de Junho, pela FCT.
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