A assembleia de credores da COOP Castrense, realizada esta segunda-feira, 15, não aprovou o plano de viabilização da instituição, que vai entrar em processo de liquidação.
O plano previa, entre outras medidas, que os fornecedores perdoassem 30% da sua dívida e que a Cooperativa de Consumo Popular Castrense, sediada em Castro Verde, alienasse parte do edifício onde funcionava a sua loja, estando a autarquia local interessada no espaço.
A ideia era garantir a verba necessária para reabrir portas até ao Verão, numa área mais pequenas e com apenas 12 trabalhadores, mas acabaram por ser os antigos funcionários a inviabilizar o plano.
“Os trabalhadores tiveram peso determinante no resultado”, sublinha ao “CA” o presidente da COOP Castrense, sem esconder a sua desilusão com o desfecho do processo.
“Fiz uma reunião com os trabalhadores e não fizeram qualquer comentário. E na assembleia de credores a sua postura não foi compatível com a que tiveram na minha presença. Dos 18 trabalhadores presentes, 16 votaram contra. Não compreendi”, acrescenta Fernando Parreira, sublinhando que o plano recebeu votos favoráveis dos outros credores e fornecedores. Já a banca não esteve presente na sessão.
O processo de liquidação da cooperativa está agora nas mãos do administrador de insolvência, que irá dar seguimento aos seus trâmites legais, nomeadamente à venda do património da COOP Castrense para angariação de verbas de forma a liquidar o capital em dívida, que ronda os 987 mil euros (juros incluídos).
Mas “o valor imobiliário da COOP Castrense é insuficiente para conseguir respeitar e pagar a todos os credores. E num processo de insolvência há custos complementares aos quais a massa insolvente terá de pagar”, alerta Fernando Parreira.
Segundo este responsável, por lei os primeiros a receber serão os trabalhadores e o Estado, que são credores privilegiados. Depois virá a banca e os fornecedores e, finalmente, os cooperantes da COOP Castrense.
