A secretária de Estado da Defesa Nacional esteve nesta quinta-feira, 25 de Julho, em Castro Verde, onde participou nas comemorações do 880º aniversário da histórica Batalha de Ourique. Em declarações ao “CA”, Ana Santos Pinto reconheceu ser um dia de grande “simbolismo” e de “um carácter profundamente identitário”.
Qual é o simbolismo deste dia e destas comemorações da Batalha de Ourique?
Este dia tem um carácter profundamente identitário e faz parte da nossa memória colectiva, com a batalha de Ourique e o milagre de Ourique. É um momento da história de Portugal que funda aquilo que somos como comunidade nacional e comunidade política e faz todo o sentido celebrar estes 880 anos num sítio que demonstra, também, aquilo que é a resiliência e a força do povo português. A par desta celebração, temos também o juramento de bandeira, que é um dia único para cada um destes militares que jura a bandeira nacional e que presta aquele que é o maior compromisso de sacrifício da condição militar, que é arriscar a própria vida em nome daquilo que são os interesses dos cidadãos portugueses.
Num momento em que olhamos para a Europa e vemos cada vez mais riscos de desintegração, sente que esta é uma data que deve ser ainda mais valorizada em Portugal?
Estes momentos são muito importantes do ponto de vista simbólico, porque recordam aquilo que é algo de muito único em Portugal, que é esta coesão da comunidade nacional em torno de uma história que leva quase 900 anos. Também aí as Forças Armadas têm um papel absolutamente fundamental, porque são o elemento de continuidade que nos permitiram ter vitórias simbólicas e materiais. Isso é muito importante também hoje em dia, em que as forças militares já não usadas em território nacional mas são forças nacionais destacadas para garantir aquilo que é a segurança de outros povos que precisam dessa ajuda e desse auxílio.
Que mensagem deixa aos novos militares que juraram bandeira em Castro Verde?
Primeiro uma mensagem que, da nossa parte, há uma enorme responsabilidade em cada momento em que é jurada bandeira. O juramento que é feito é um juramento para com os cidadãos e para com aquilo que é o serviço das Forças Armadas, a Portugal, às instituições e aos portugueses. Uma segunda mensagem que é de enorme respeito e orgulho pelo aquele que é o trabalho diário dos militares portugueses, porque se vivemos num país seguro devemo-lo a todos aquele que, diariamente, permitem que isso seja possível. Portanto, desde este momento do juramento de bandeira a toda a carreira militar nós devemos prestar este reconhecimento por todo o trabalho diário.