Criar uma unidade de cuidados médicos e renovar o serviço de apoio domiciliário são duas das metas do novo provedor da Misericórdia de Beja (SCMB).
Empresário e antigo governador civil de Beja, João Paulo Ramôa foi eleito no passado dia 19 de Janeiro, substituindo no cargo António Chícharo – que passa para a presidência da mesa da Assembleia Geral.
Ser provedor da Misericórdia de Beja “é, acima de tudo, uma responsabilidade”, diz Ramôa ao “CA”.
“Responsabilidade de renovar e continuar”, acrescenta, não escondendo a ambição de ao longo do mandato que termina em Dezembro de 2019 “dar andamento a um programa muito ambicioso” e que aproveite ao máximo o novo quadro comunitário de apoio.
“É tal a nossa vontade que disse assumi o compromisso de, se não cumprir com o programa, não me candidatar a um segundo mandato daqui a quatro anos”, reforça João Paulo Ramôa.
Entre as metas estabelecidas pelo novo provedor estão alguns projectos “de maior envergadura”, nomeadamente a criação de uma unidade de cuidados médicos, em detrimento do há muito falado hospital de rectaguarda.
A ideia passa por instalar a nova infra-estrutura num terreno de três hectares que a SCMB tem no bairro dos Moinhos e não através da requalificação do antigo hospital, que se encontra no centro histórico da cidade e está classificado como monumento nacional.
“Se continuarmos a sonhar em fazer o que foi sonhado no passado, daqui a 20 anos continuamos a sonhar. E eu queria daqui a dois anos ter no terreno uma unidade de cuidados médicos a funcionar. Porque não temos tempo para sonhos”, justifica.
Ao mesmo tempo, Ramôa quer avançar ao longo dos próximos quatro anos com um centro de noite, com a recuperação do interior da igreja da Misericórdia e com um novo modelo de serviço de apoio domiciliário, vocacionado para “os novos idosos”.
“Na prática, queremos ir a casa das pessoas que estão muito sozinhas, conversar com elas, permitir o contacto com os netos e os filhos pelo Skype ou outras ferramentas, contar histórias, discutir um artigo, comentar um programa… É esse apoio que queremos levar, com voluntários e profissionais, às casas dos novos idosos, que têm exigências diferentes das de antigamente”, explica.
João Paulo Ramôa acrescenta que a Misericórdia de Beja pretende ainda “ser complementares à oferta que existe no mercado”, fazendo aquilo “que os outros não estão a fazer”.
“Queremos ser complementares e não concorrenciais”, diz, lembrando que a instituição “tem de responder aos casos sociais que existem”. “E tudo isso exige um grande dinamismo”, conclui o recém-eleito provedor.
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