Que esperam os castrenses do novo presidente da Câmara?

Que esperam os castrenses

Na noite de 1 de Outubro de 2017 o mapa político de Castro Verde deu uma volta de 180 graus. Acostumados às vitórias consecutivas da CDU, no poder desde 1976, os castrenses assistiram a um triunfo histórico do PS, que conquistou a maioria na Câmara Municipal que era um “bastião” comunista. António José Brito, 47 anos, é agora o novo presidente da autarquia, tomando posse nesta terça-feira, 17, pelas 18h00. Depois seguem-se quatro anos de mandato, com a população a aguardar com expectativa pelo trabalho do primeiro socialista a mandar no Município.
“Espero que faça o trabalho que tem a fazer”, assume um habitante da vila, que prefere não dar o nome para a reportagem do “CA”. É ainda assim como muita gente que se encontra nas ruas, que em matéria de política local prefere não dizer o que pensa. Não é o caso de Maurícia Afonso, de 36 anos, que lança um desafio ao recém-eleito autarca castrense.
“Que mostre em que situação está o nosso concelho. E depois é preciso dar apoio aos jovens e aos idosos – sobretudo aos idosos, pois acho que a Acção Social está um pouco estagnada no nosso concelho”, diz em conversa com o “CA” em pleno centro da vila.
Uma rua abaixo, de regresso das compras e abrigadas à sombra do sol de Outubro, estão três amigas. Nenhuma rejeita falar sobre o futuro de Castro Verde, onde têm vivido (quase) toda a vida. E além da rede de água, há outros problemas que gostariam de ver resolvidos.
“Que [os novos eleitos] arranjem trabalho para aqueles que possam trabalhar e que arranjem as casas que estão caídas e por arranjar – e com tanta gente com falta delas”, dispara Maria Guerreiro, 77 anos. “A gente quer é ver o povo melhor”, resume Maria Helena, 74 anos, logo interrompida por Cristiana Colaço, 72 anos, que acrescenta: “E que tenham saúde para governar bem”.

Surpresa… para alguns!
António José Brito chega à presidência da Câmara Municipal de Castro Verde depois de uma vitória do PS que não deixou margem para dúvidas: os socialistas ganharam as eleições para a autarquia com 1.941 votos (50,86%), garantindo maioria absoluta. A CDU teve 1.618 votos (42,40%) e a coligação PSD/ CDS-PP apenas 98 (2,57%). Um resultado que acabou por não surpreender toda a gente e que permitiu uma mudança que muitos assumem que era desejada.
“Esperava que houvesse mudança e achei muito bom”, admite sem complexos Maurícia Afonso. Já Henrique Franco, 83 anos e natural de Casével, pensa o contrário: “A CDU deixou o concelho que é um espelho. Não fiquei nada satisfeito”.
Entre uma e outra opinião, as três amigas que regressam das compras ficam-se pela primeira. “Não fiquei muito surpreendida [com a vitória do PS]! Há 40 anos que vivíamos nisto e alguma vez isto tinha de mudar. Eu não queria ir lá para baixo [para o cemitério] sem ver uma mudança” na Câmara, diz mesmo Maria Guerreiro, ao que acrescenta a vizinha Maria Helena: “Ouvia-se tanta coisa, que já se esperava uma coisa destas”.

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Correio Alentejo

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