O PSD anunciou terça-feira, 29, que poderá “pedir a intervenção” do Ministério Público e solicitar à Associação Nacional de Municípios e à Secretaria de Estado da Administração Local “para que se pronunciem sobre a legalidade” da reunião de trabalhadores promovida pela Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo na segunda-feira, 28, em Beja.
A distrital laranja reconhece “o direito legítimo das autarquias” poderem esclarecer os seus funcionários, mas classifica a reunião como “controversa” e manifesta “incredulidade” com os termos em que o processo decorreu.
“É incompreensível que os mesmos autarcas que se queixam de dificuldades financeiras e criticam o Governo pelos cortes orçamentais, facultem meios de transporte e combustível. E dispensem os funcionários das suas tarefas”, reagiu em declarações ao “CA” o vice-presidente da Comissão Política do PSD, Carlos Valente.
O dirigente lembra que o problema do país e dos municípios “não foi criado durante a gestão do actual Governo” e destaca que a acção dos municípios revela “um contraste brutal” com o procedimento que tiveram na Assembleia Distrital de Beja.
“A situação dos 18 funcionários da Assembleia Distrital de Beja arrasta-se há muitos meses, sem que os responsáveis autárquicos que integram este órgão de representação municipal consigam superar o contencioso que mantém sem salários os referidos funcionários”, argumenta Carlos Valente, mostrando-se surpreendido com o facto de a decisão de realizar a reunião com os trabalhadores da CIMBAL ter sido tomada a 14 de Novembro e consumada dia 28.
Recorde-se que a Câmara Municipal de Almodôvar, a única do distrito de Beja com presidência do PSD, não participou nesta iniciativa, tendo o seu presidente, António Sebastião, defendido que os trabalhadores “podem ser bem esclarecidos” no seu próprio concelho.
