PS do Baixo Alentejo "vive um momento muito são”

PS do Baixo Alentejo

Pedro do Carmo vai ser reeleito para o seu quarto (e último) mandato como presidente da Federação do Baixo Alentejo do PS nesta sexta-feira, 9 de Março, e em entrevista ao “CA” revela quais são as suas (e do partido) prioridades para os próximos dois anos. Queremos “consolidar o PS como a maior força política do Baixo Alentejo”, diz o líder socialista.

Vai ser reeleito nesta sexta-feira, 9, como presidente da Federação do Baixo Alentejo (FBA) do PS. Qual é o grande desafio para os próximos dois anos?
Consolidar o PS como a maior força política do Baixo Alentejo. Já éramos a maior força em termos de eleições Legislativas, faltava-nos ser a maior força em termos autárquicos e conseguimo-lo, com uma vitória histórica! No entanto, é preciso consolidar e transformar esta vitória na melhoria da qualidade de vida das pessoas e na consolidação dos benefícios que é a governação autárquica do PS. E o PS tem aqui uma oportunidade única, sem necessidade de fazer acordos dentro das estruturas intermunicipais. A Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) era das piores do país em termos de projectos a candidatar, de organização, de articulação com as autarquias… Estava efectivamente muito aquém do que são as outras comunidades intermunicipais (CIMs). Partimos com um grande atraso relativamente às outras CIMs, mas efectivamente estamos aqui para dar um grande passo de consolidação dos benefícios que é a governação autárquica do PS.

A sua moção intitula-se “Afirmar o Poder Local, Afirmar o Baixo Alentejo”. Esta é uma questão essencial?
É a questão essencial! Esta moção vem na continuidade da anterior, “Com o Poder Local”, e agora que conquistámos a maioria do Poder Local queremos afirmar o Baixo Alentejo. Só é possível consolidar este Poder Local se houver uma grande articulação com a afirmação do Baixo Alentejo, com a afirmação de políticas públicas que contribuam para o desenvolvimento do interior.

Está anunciado pelo Governo um processo de descentralização de competências do Estado para as autarquias. Sente que este tem “pernas para andar”?
É essencial que tenha pernas para andar e por isso mais se justifica o conteúdo da minha moção. O Poder Local tem que ser a parte mais importante para o desenvolvimento do interior. E só é possível fazer uma descentralização se for feita em conjunto e em parceria com os autarcas. O resto é utopia! Só acredito numa descentralização se ela for feita em conjunto com os autarcas.

Avançando esta descentralização, deixa de fazer sentido falar em regionalização?
Não! Quero crer que esta descentralização é um primeiro passo para a regionalização. A regionalização ficou muito prejudicada com a campanha negativa de que foi alvo quando foi o referendo e é preciso desmistificar e tirar essa carga negativa que lhe foi atribuída.

Tem vindo a afirmar que com o PS o Baixo Alentejo avança. Sente que o Governo tem feito justiça a esse mote e tem apostado de forma efectiva na região?
Naturalmente que se nota, embora esta legislatura esteja a ser uma legislatura difícil. Mas sempre afirmei que quando o PS governa o Baixo Alentejo avança e reafirmo esse meu lema. Veja-se a situação calamitosa em que estava o IP2, que esteve assim quatro anos pela mão do PSD e do CDS – assim que o Governo do PS chegou as obras andaram. Não foi concluído da forma que queríamos e ainda tem algumas situações para resolver, mas o que é facto é que andou. A própria A26 estava bloqueada e agora chega ao concelho de Ferreira do Alentejo. Não é ainda o desejado, ainda há muito a fazer, mas andou! A questão das escolas também irá ser resolvida e muitas outras questões têm vindo a ser desbloqueadas. Na EDIA o Governo encontrou uma situação complicada. A empresa tinha falta de financiamento e foi feita uma injecção de capital. Mas não ficámos por aí: vamos ter mais 50 mil hectares regados pelo Alqueva, a água vai chegar ao Monte da Rocha e há uma transformação da nossa agricultura fruto desse investimento. Foram muitos milhões [de euros] que foi preciso encontrar e não havia sequer candidaturas para esses investimentos! E o que é facto é que o Governo encontrou uma solução muito expedita e resolveu uma questão vital para o nosso desenvolvimento.

Voltando ao seu próximo mandato. Que metas internas tem definidas?
Este último mandato foi marcado por uma aposta clara na juventude. E transmiti isso mesmo a todas as concelhias e candidaturas autárquicas, fiz ver o quanto é necessário que a política seja rejuvenescida e que se entregue o poder de decisão efectivo à juventude. As vitórias [autárquicas] que o PS teve no Baixo Alentejo envolveram muita juventude, alguns deles que ainda nem votam mas que sentiram a necessidade de dar esse contributo cívico e empenharam-se no desenvolvimento da sua terra. Essa foi a nossa grande vitória! Por isso quero trazer para o PS cada vez mais jovens.

Tem havido essa adesão?
Tem, tem… Hoje temos concelhias que são dirigidas por jovens com 27 anos. E mesmo o mandatário que escolhi para a minha candidatura – para dar esse sinal de que acredito na juventude – é o presidente de concelhia mais novo [David Nogueira, de 27 anos, em Mértola]. E esta renovação, que é o meu objectivo, é vital para a região. E é assim que a política pode crescer e não ficar perdida em movimentos pessimistas e derrotistas. Não falo de movimentos cívicos, que faltem muita falta e que ainda bem que existem, mas também é preciso que os partidos políticos se rejuvenesçam e exerçam o seu poder de uma forma muito transparente, muito inovadora e muito moderna. É preciso ter essa dinâmica e o meu objectivo é deixar a FBA do PS entregue a jovens, que a mobilizem e a façam crescer. E que ela possa ser um motor de ajuda aos autarcas e à sociedade civil.

Sente que o PS do Baixo Alentejo atravessa o seu melhor momento na região?
A pergunta é difícil, porque não quero aqui auto-elogiar-me [risos]… Sinto que o PS vive um momento muito são, não só pelos resultados eleitorais mas também pela sua situação interna.

Vai a votos sozinho. Gostava de ter tido oposição?
Sabe que quando se tem oposição há uma maior proximidade dos militantes, há mais sessões de esclarecimento, o entusiasmo é diferente… Não posso esconder que gostaria de ter [oposição]. Mas penso que isso pode ser transferido para o congresso. Esperemos que o congresso tenha depois esse confronto de opiniões e de ideias. Não está em causa a liderança – pois os militantes do PS entenderam todos que a liderança não estaria aqui em causa e que eu devia continuar o trabalho realizado – e espero que no congresso, na discussão da moção, os militantes deem a sua opinião e o seu contributo, porque isso também enriquece muito o trabalho do novo secretariado e do presidente da Federação.

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