Recém-eleito para a presidência da Federação do Baixo Alentejo da Juventude Socialista, o almodovarense Luís Carlos Martins traça as metas para o próximos dois anos, definindo as Autárquicas de 2021 como o “grande momento político” do mandato. E nesse plano manifesta, em entrevista ao “CA”, uma ambição: “Defendo o reforço da inclusão de jovens nas listas autárquicas do PS e assumo que queremos aumentar o número de jovens eleitos nas assembleias de freguesia, nas assembleias municipais e nas câmaras municipais”.
Qual o maior desafio que tem pela frente enquanto líder da Federação do Baixo Alentejo da JS?
As eleição Autárquicas de 2021, que se realizarão no final do mandato que agora se inicia, serão o grande momento político deste mandato e colocarão à prova a força e a competência da nossa militância, a firmeza e a robustez das nossas ideias e capacidade de nos assumirmos com a voz dos jovens baixo-alentejanos. Ter uma estrutura territorial abrangente, forte e comprometida, capaz de fazer reflectir nos projectos políticos autárquicos do PS os anseios e as ambições dos jovens de cada concelho é outro grande desafio que teremos pela frente durante este mandato. Igualmente importante será a responsabilidade que temos de nos assumirmos como a “voz” de todos os jovens baixo-alentejanos e de estarmos na linha da frente na defesa de políticas que construam soluções para os desafios da nossa geração e da nossa região.
Sendo as Autárquicas de 2021 o “grande momento político deste mandato”, qual será o papel da JS nesse processo?
A JS terá um papel particularmente importante nas tarefa de fazer reflectir nos projectos políticos do PS aquelas que são as suas ideias e os anseios dos jovens baixo-alentejanos em áreas como a habitação jovem, juventude, políticas participativas, apoio à parentalidade, políticas ambientais e políticas educativas. A JS terá um papel igualmente importante na defesa e divulgação dos projectos políticos do PS juntos dos jovens, procurando mobilizá-los no apoio ao PS e garantindo que terá, enquanto estrutura representativa dos jovens, força suficiente para lhe permitir implementar as suas ideias e propostas.
Acredita que vai haver um reforço da presença de jovens nas listas autárquicas do PS em 2021? Tem alguma meta concreta definida?
Defendo o reforço da inclusão de jovens nas listas autárquicas do PS e assumo que queremos aumentar o número de jovens eleitos nas assembleias de freguesia, nas assembleias municipais e nas câmaras municipais. Lançámos a nós mesmos esse desafio, porque sabemos que teremos, nessa altura, um pouco por todo o distrito, jovens qualificados e preparados politicamente para poderem assumir esses desafios e garantirem, através das suas ideias, da sua competência e da sua visão renovadora, que os projectos políticos locais do PS se manterão progressistas e capazes de se constituírem como os que melhor respondem aos desafios e às necessidades dos territórios e das populações. Mas mais do que qualquer meta concreta, o que assumimos é que estamos preparados, motivados e disponíveis para acrescentar valor e competência aos projectos políticos do PS e, dessa forma, poder contribuir para reforçar, ainda mais, a implementação autárquica do PS no distrito.
No plano interno, pretende ter mais concelhias activas e mais militantes. Que estratégia está pensada para esse efeito?
A JS Baixo Alentejo é hoje a única estrutura política jovem da região com actividade visível e relevante. No entanto, consideramos que existe ainda um longo caminho a percorrer de forma a que possamos cimentar a nossa participação política em todo o território.
Como assim?
Temos casos de concelhos, em que apesar de termos um conjunto relativamente grande de militantes da JS, as estruturas locais continuam desactivas e pouco ou nada estruturadas. Reactivar essas estruturas, apoiá-las no desenvolvimento do seu trabalho político e promover iniciativas regionais que permitam o envolvimentos de todas as estruturas, promovendo a troca de conhecimentos e de experiências, será um dos caminhos que seguiremos com o objectivo de estimular o crescimento sustentado da estrutura. Da mesma forma, acreditamos que é importante atrair novos militantes para a estrutura e consideramos que, para tal, a JS terá que melhorar a sua comunicação, de forma a estabelecer uma maior proximidade com os jovens e ser capaz de lhes fazer chegar as nossas ideias e as nossas propostas e dar-lhes a conhecer a actividade que desenvolvemos.
Promete uma JS “inconformista”, “irreverente” e “desassossegada” – em que medida e com que objetivos?
Não me entusiasma a politica calculista, sem riscos e sem alma. Para a mim, a política só faz sentido se feita com a paixão de quem acredita convictamente nas ideias que defende, com o inconformismo de quem não se conforma perante as dificuldades, com a irreverência de quem quer construir um futuro melhor e com o desassossego de quem quer mudar o mundo. Ao longo do próximos dois anos será com este desprendimento do politicamente correcto e com o entusiasmo de querer inovar na nossa acção política que iremos construir a nossa acção política na defesa das causas da nossa geração.
Ambiciona combater o alheamento dos jovens perante a política. De que forma?
Só uma JS próxima dos jovens, das associações juvenis e das comunidades estudantis, poderá desconstruir alguns estereótipos menos positivos sobre as juventudes partidárias e combater o cepticismo e o alheamento dos jovens em relação à participação política. Procuraremos ter uma acção próxima desses “públicos-alvo”, realizado iniciativas com vista a estimular a participação politica do jovens. E defenderemos junto dos municípios e das escolas a importância da implementação de projectos que permitam aos jovens contactar e conhecer de perto os mecanismos de participação política, nomeadamente através da implementação de iniciativas como as assembleias municipais jovens, os orçamentos participativos ou os conselhos municipais da juventude.
Na sua moção política afirma que a JS do Baixo Alentejo vai bater-se pela Regionalização. Porquê?
Somos defensores da Regionalização porque consideramos que um Estado descentralizado, que esteja mais próximos das pessoas e seja mais conhecedor das realidades do território, irá garantir uma maior eficiência na gestão dos recursos públicos e uma melhor definição das estratégias de desenvolvimento regional, contribuindo dessa forma para promover um desenvolvimento mais homogéneo dos territórios. Mais de 20 anos após o referendo, que no distrito disse "Sim" à Regionalização, consideramos que é a altura de volta a debater, sem dogmas ou preconceitos, a forma e o modelo de Regionalização que queremos. A JS será certamente promotora desse debate.