No dia em que arranca a feira “Patrimónios do Sul”, o presidente da Câmara de Beja explica ao “CA” qual o conceito do novo certame e a sua mais-valia para o concelho (e região). “Entendemos que a feira deve apelar a um conjunto de patrimónios da nossa terra do passado e do presente, para que possamos também projectar melhor o futuro”, vinca Paulo Arsénio.
A Rural Beja deu lugar aos “Patrimónios do Sul”. Estamos a falar de uma mudança que vai além do nome?
Mudam também alguns conceitos, não muda exclusivamente o nome! Esta tinha sido uma proposta eleitoral nossa, estava no nosso programa e estamos apenas a concretizar aquilo que dissemos. Entendemos que a feira deve apelar a um conjunto de patrimónios da nossa terra do passado e do presente, para que possamos também projectar melhor o futuro. E quando dizemos patrimónios dizemos patrimónios naturais, patrimónios gastronómicos, enoturismos, recursos naturais, avifauna, economia local… Portanto, tudo aquilo que nos caracteriza, de forma a termos uma feira um pouco mais ampla e não exclusivamente centrada – como era a Rural Beja – sobre o mundo rural, porque para isso já temos a Ovibeja. Entendemos que a feira não devia seguir o conceito que estava de alguma forma a encaminhar-se para ser uma segunda Ovibeja e este conceito é mais abrangente.
Que “facetas” de Beja pretendem vincar com este certame?
Como o próprio nome indica, os patrimónios! Vamos ter em destaque a biodiversidade e os patrimónios naturais, os patrimónios gastronómicos mais populares mas também os mais refinados, teremos a caça e pesca, teremos a Beja Brava, teremos o pavilhão institucional com muito artesanato da região, teremos as novas tecnologias no novo espaço Beja Educa – que é dedicado aos mais jovens – e teremos a tradicional ViniPax, que vai destacar os sete produtores [de vinho] do concelho de Beja e mais 40 produtores a nível nacional e internacional, sendo este o maior certame de vinhos do Baixo Alentejo.
Uma das novidades deste evento é precisamente o espaço “Beja Educa”. Porquê esta aposta?
Porque a Educação é a maior das apostas do actual executivo da Câmara Municipal de Beja! E com o regadio, com o aeroporto e um conjunto de estruturas em volta da nova agricultura e da dinamização do aeroporto estamos em crer que daqui a uma década ou duas o panorama das profissões no Baixo Alentejo será também significativamente diferente. Portanto, todos estes novos operadores que já estão posicionados no terreno e na economia local acederam ao nosso convite de trazerem para a feira demonstrações com simuladores, viaturas e outros elementos que considerem pertinentes para cativarem e demonstrarem aos mais novos aquilo que pode ser o Alentejo do médio prazo. Tudo isto também com a parceria do CEBAL e do IPBeja. Ou seja, apostamos também na demonstração da ciência, do saber e da tecnologia nesta parte da feira dedicada aos mais novos.
É com eventos desta natureza que Beja se afirmará como “o centro do Sul”, como defendeu há um ano em campanha?
É também com este evento anual que isso se consegue! A transformação para que Beja possa ser – turística, cultural e economicamente – cada vez mais um pólo de referência a sul do território faz-se no dia-a-dia, com a constituição de empresas, com a dinamização da economia, com o aproveitamento do aeroporto, com algumas intervenções em espaço público que a Câmara pretende fazer… Isso é que verdadeiramente transforma Beja no ‘centro do Sul’. Estes três dias e meio são ‘apenas’ para dar a conhecer o melhor que temos e aquilo que somos.
Três dias e meio de casa cheia? É essa a sua expectativa?
É essa a expectativa, ainda que isso não dependa muito de nós. Mas estamos muito confiantes que vamos ter uma excelente afluência e que as pessoas vão gostar da feira.
Porque este é um evento que veio para ficar, seguramente?
Veio para ficar! É um evento que vem de anos anteriores, com outras denominações e datas. Entendemos que este conceito é muito abrangente e projecta muito o nosso território. É um conceito que assenta muito na seguinte lógica: são nove feiras dentro de um certame, como se fossem peças de Lego. E o que a Câmara Municipal tem de fazer é que essas peças de Lego, depois de estarem montadas, façam sentido entre si. É isso que estamos em crer que irá acontecer.