No dia em que arranca mais uma edição da Feira do Campo Alentejano, o presidente da Câmara de Aljustrel reconhece que o certame serve, sobretudo, para “juntar” os aljustrelenses e dar a conhecer o melhor que se faz no concelho. “Nestes três dias demonstramos, aos nossos e a quem nos visita, o que de melhor se faz por aqui”, sublinha Nelson Brito ao “CA”.
Mais que um evento agro-económico, a Feira do Campo Alentejano (FCA) é a “feira do orgulho” de Aljustrel?
É isso assumidamente! A FCA encerra 362 dias de trabalho, de muita execução por parte de toda a comunidade aljustrelense e nestes três dias demonstramos, aos nossos e a quem nos visita, o que de melhor se faz por aqui.
É uma feira com um forte pendor agrícola. Qual é, neste momento, o “peso” deste sector na realidade económica do concelho de Aljustrel?
O peso é cada vez maior e está em crescendo. Aliás, isso é notório – e Aljustrel acompanha essa tendência – no território EFMA [Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva], em que hoje a agricultura tem um peso grande. Digo mesmo que está em curso uma revolução agrícola no Alentejo, nomeadamente no Alentejo do Alqueva. Daí a região – e Aljustrel em concreto – ter hoje novos desafios.
Estando este sector a ganhar “peso” na economia local e regional, sente que este é um crescimento com bases, sustentável, ou existem riscos?
A agricultura que temos na área do Alqueva é uma agricultura de mercado, e essa agricultura está sujeita às regras e aos factores do mercado. Hoje o produto ‘y’ é valorizado pelos consumidores, mas amanhã saem três ou quatro estudos científicos e passa a ser um produto secundário ou não consumido… Mas o facto de termos terra, solo e água vai permitir uma variação e rotatividade de culturas. Aquilo que o mercado for pedindo, tenho a certeza que o Baixo Alentejo, com as condições infra-estruturais e o clima que tem, irá manter uma constância de capacidade de produção.