Torradas, empadas, galões, algumas cervejas… No final de uma tarde como outra qualquer, os clientes ainda vão dando que fazer a Manuel Veríssimo atrás do balcão do café Luiz da Rocha, mas nada se compara às enchentes de outrora. “O movimento é muito menor e a clientela já não é a mesma”, confessa ao “CA” o mais antigo funcionário do mais emblemático estabelecimento comercial das Portas de Mértola, em Beja.
Com 44 anos de vivências na “meia laranja”, este empregado de balcão é uma das principais testemunhas do declínio a que a zona mais nobre da capital do Baixo Alentejo chegou. Ao longo de décadas as Portas de Mértola foram o “centro” de Beja, local onde se podia media a pulsação à cidade e ponto de encontro privilegiado entre pessoas e opiniões. Mas às enchentes dos tempos antigos sucederam-se dias de tristeza, com pouca gente na rua e muitas saudades no ar: das mercearias e drogarias que já não existem, das “extintas” tertúlias Desportivo vs Despertar depois de se comprar o jornal do dia na Tabacaria 77 ou da desaparecida ginjinha servida com elas pela mão do senhor Secundino.
REPORTAGEM ALARGADA NA EDIÇÃO DE PAPEL DO “CA”