O deputado do PS eleito por Beja critica duramente a Universidade de Coimbra (UC), considerando que a decisão desta retirar da ementa das cantinas universitárias a carne de vaca a partir de 2020 é mais um ataque ao Mundo Rural.
Em declarações ao “CA”, Pedro do Carmo sublinha que a UC, “espaço de conhecimento e liberdade, resolveu embarcar no populismo da moda do ataque fácil ao Mundo Rural, sob a capa das preocupações ambientais”, considerando que “o populismo pseudo-ambiental” da instituição de ensino superior “prestou um mau serviço à coesão territorial e a uma sociedade com equilíbrios justamente distribuídos”.
“O que já foi espaço de liberdade apresentou-se, nesta questão, como espaço de proibição”, continua o eleito do PS, acrescentando que esta “decisão simbólica e radical, sob a capa da preocupação com o planeta e com a produção de CO2pelas explorações animais, significa que para a UC, como para muitos decisores, o Mundo Rural e o Interior podem estar sujeitos a todas as consequências para que o meio urbano insista e persista em opções que são lesivas do ambiente, da saúde, do clima e do planeta”.
Pedro do Carmo argumenta ainda que “depois de anos de discriminação, abandono e desinteresse das elites e dos decisores, num momento em que a valorização do Interior faz parte do discurso político e de medidas concretas, não aceitamos esta menorização das pessoas e dos territórios do Mundo Rural”.
“Pode a UC persistir nos confortos do ambiente urbano com impactos negativos no planeta e nos simbolismos que consequências negativas para o Mundo Rural, que contarão sempre com uma voz contra de quem defende o Mundo Rural, defende a vida no Interior e defende a existência de equilíbrios que não impliquem que sejam sempre os mesmos a pagar a factura”, afiança.
Também a coordenadora distrital do Aliança veio a público manifestar a sua discordância com a medida da UC, considerando que esta “mostra um profundo desrespeito por aqueles que, de sol a sol, tudo fazem para colocar na mesa dos consumidores um produto de elevada qualidade e alto valor nutritivo”.
“Num país mediterrânico, em que a carne de bovino integra a sua dieta tradicional, a decisão do reitor da Universidade de Coimbra contraria tudo o que se poderia esperar de uma instituição académica: assenta num fundamentalismo fanático, sem qualquer base cientifica, e pretende impedir a escolha dos alunos, professores e funcionários, numa perspectiva de liberdade individual e responsável pelos seus comportamentos”, acrescenta o Aliança.
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