PCP responde. E o “CA” também

PCP responde.

O “CA” recebeu da Direcção de Beja do PCP uma carta sobre a notícia publicada na edição de 6 de Janeiro, sob o título “PCP já escolheu vários candidatos”. A carta expressa o seguinte:

1. O Correio Alentejo (CA) solicitou à Direcção da Organização Regional de Beja (DORBE) do Partido Comunista Português respostas a três questões sobre as próximas eleições autárquicas. O Secretariado da DORBE enviou as respostas a 4 de Janeiro, por e-mail, tal como fora solicitado.

2. Sobre o assunto, o CA publicou a 6 de Janeiro, tanto na edição on-line como na edição em papel, um artigo que dá todo o crédito a “informações” de “várias fontes” não identificadas e ignora ou desvaloriza as respostas enviadas pelo PCP, manipulando-as. No essencial, o texto “noticia” que a CDU “já definiu” e até “já escolheu” “vários candidatos para as autárquicas” de 2017, no distrito de Beja – o que não é verdade e contraria as respostas enviadas por escrito pelo PCP.

3. Naturalmente, o CA, cuja linha editorial é bem conhecida, desde há muito, é livre de publicar o que entender, mesmo confundindo deliberadamente matéria noticiosa com opinião, realidade com desejos. Mas é deontologicamente inaceitável que peça dados sobre as candidaturas autárquicas da CDU, obtenha respostas precisas e, baseando-se em “fontes” anónimas, escreva o contrário da informação obtida!

4. Para esclarecimento dos leitores, eis as questões colocadas pelo CA e as respostas do PCP:
“1 – Segundo apurou o CA, a CDU escolheu Isabel Sabino e Helena D’Aguilar para serem as candidatas às câmaras de Barrancos e Vidigueira, respectivamente. Confirma estas escolhas? Resposta: Os organismos do PCP e as estruturas da CDU, em auscultações, discussão e decisões com os militantes e activistas da CDU, desenvolvem um processo em que serão tomadas decisões a seu tempo.
2 – De acordo com algumas fontes, José Maria Pós-de-Mina voltará a ser candidato da CDU em Moura, enquanto em Mértola e Aljustrel vai apostar em Miguel Bento e Manuel Nobre, respectivamente. Pode confirmar estas informações? Resposta: Repetimos que, no seguimento da resposta à pergunta anterior, essas decisões serão tomadas no seu tempo próprio.
3 – Qual o calendário definido pela CDU para anunciar os seus cabeças de lista às 14 câmaras municipais do distrito de Beja? Resposta: Sendo as eleições para as autarquias locais processos muito envolventes, que o PCP e a CDU estão naturalmente a acompanhar, desenvolvemos o mais amplo debate possível para se encontrarem as soluções que, em cada concelho, e de acordo com as suas particularidades e circunstâncias, melhor cumprem os objectivos de reforço da influência política e eleitoral da CDU. Estamos, de forma tranquila, a preparar essas decisões, designadamente dos cabeças de listas às câmaras municipais, que serão anunciados nos próximos meses.”

Assim, confiando que o espírito democrático e plural dessa publicação dispensa a invocação do direito de resposta que nos assiste, solicitamos a publicação deste esclarecimento, na íntegra, tanto na edição on-line como na próxima edição em papel do CA, com destaque semelhante ao do artigo a que responde.

Com os melhores cumprimentos,
Pelo Secretariado da DORBE do PCP,
Miguel Madeira

Nota da Redacção
Agradecemos muito que o PCP reconheça “o espírito democrático e plural” do “CA”. De facto, há 10 anos que não fazemos as coisas de outra maneira: jornalismo com liberdade e pluralismo!
Seja como for, é muito abusivo e de uma grande falta de respeito que o PCP venha afirmar que este jornal “ignora ou desvaloriza as respostas enviadas pelo PCP, manipulando-as”. Isso é falso e qualquer dos nossos leitores, incluindo a Direcção do PCP, verifica isso com a maior facilidade. As respostas estão incluídas totalmente na notícia e sustentam o contraditório que as mais básicas regras do jornalismo determinam.
O PCP diz que dá “respostas precisas” mas, verdade seja dita, não dá uma única resposta concreta a perguntas muito concretas. Está no seu direito! Contudo, o “CA” tem informações fiáveis (de “fontes anónimas”, como a generalidade das fontes nos jornais democráticos do mundo inteiro!) que lhe permitiram avançar com a notícia nos termos em que avançou. Previamente, como mandam as regras jornalísticas, questionou o PCP sobre essas informações. O PCP não confirmou nada! Será que, desse modo, julgava possível impedir a notícia? Será que, desse modo, o PCP julgava possível que a notícia fosse apenas baseada nas respostas que deu? Se esperava… apenas lamentamos, porque o jornalismo não é nada disso!
E por fim… dois desafios aos nossos leitores: leiam as respostas do PCP e comparem-nas com o teor da notícia; e ouçam as declarações que José Maria Pós-de-Mina fez na Rádio Castrense, admitindo que pode ser candidato em Moura! Assim perceberão como esta carta do PCP poderia ter sido evitada.

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