Paço dos Henriques em Alcáçovas vai ser recuperado

Paço dos Henriques em

O Paço dos Henriques, edifício histórico onde foi assinado o Tratado de Alcáçovas e situado na vila alentejana do mesmo nome, vai ser recuperado e transformado em espaço cultural, num investimento de 1,2 milhões de euros.
O presidente da Câmara de Viana do Alentejo, Bernardino Bengalinha Pinto, revela à Agência Lusa que já foi elaborado um projecto de arquitectura para a recuperação do imóvel, que está "degradado" e que esteve ao "abandono durante muitos anos".
"O auto de cedência do imóvel foi assinado em 2011" entre a autarquia e o Estado, estando prevista a "utilização do edifício pela Câmara por 20 anos renováveis", o que permitirá ao Município "candidatar o projecto a fundos comunitários", refere.
Fundado no século XIII, o Paço dos Henriques serviu de residência real e foi palco de casamentos reais e da assinatura do Tratado de Alcáçovas em 1479, entre D. João II e os reis católicos, pondo fim à Guerra de Sucessão de Castela.
O edifício esteve sempre na posse de famílias ilustres, a última das quais a família dos Henriques, condes de Alcáçovas, tendo sido ocupado, a seguir ao 25 de Abril de 1974, por Unidades Colectivas de Produção (UCP).
Mais tarde, foi adquirido pelo Estado e, em 1993, classificado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) como imóvel de interesse público.
Assinalando que "há quase 20 anos que se fala da recuperação" do Paço dos Henriques, o autarca realça que o edifício "tem acoplado um valor histórico muito grande".
É este valor histórico e patrimonial, acrescentou, que o município "pretende explorar", através da transformação do espaço num equipamento cultural.
A intervenção, adianta o autarca, vai permitir a reutilização do imóvel como biblioteca, posto de turismo, espaço museológico e núcleo documental, estando previsto o aproveitamento do pátio interior para actividades ao ar livre.
O presidente da Câmara de Viana do Alentejo diz que o Município aguarda agora a abertura de "novos avisos do Quadro de Referência Estratégico Nacional [QREN]", o que deve acontecer em Setembro, para apresentar uma candidatura aos fundos comunitários.
"Se a candidatura for aprovada, entrará em obra ainda este ano", sendo que "os trabalhos têm de ficar concluídos até final de 2015", refere Bernardino Bengalinha Pinto.
O projecto de recuperação é da autoria do arquitecto José Filipe Ramalho, da Direcção Regional de Cultura do Alentejo.

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Correio Alentejo

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