As medidas do Documento de Estratégia Orçamental, apresentadas esta quarta-feira, 30, pelo Governo foram criticadas pelo líder do PS durante a sua visita à Ovibeja.
Na sua passagem pela grande feira do Sul, ao final da tarde desta quarta-feira, António José Seguro acusou o primeiro-ministro de “faltar sistematicamente à palavra” e de “enganar os portugueses”, carregando-os com “mais sacrifícios”, como “o aumento de impostos, cortes nas pensões e despedimentos na Função Pública”.
“Todos os portugueses estão surpreendidos, porque houve um aumento de impostos, a somar ao aumento brutal de impostos” do “ano passado, houve cortes nas pensões e nas reformas, que passaram de provisórios a definitivos, há despedimentos na função pública”, disse Seguro.
E “tudo ao contrário daquilo que o Governo tem andado a dizer”, continuou, considerando que “tão grave” como as medidas hoje anunciadas, é o país ter “um primeiro-ministro [Passos Coelho] e um Governo que falta sistematicamente à palavra, que engana os portugueses”.
Pouco tempo depois de o primeiro-ministro também se ter deslocado à Ovibeja, onde não quis pronunciar-se sobre o DEO, apresentado em Lisboa pela ministra de Estado e das Finanças, o secretário-geral do PS escolheu o mesmo “palco” baixo-alentejano para criticar o documento.
“Como é que estas pessoas [membros do Governo] se sentem, quando dizem uma coisa e fazem outra completamente diferente, e, sobretudo, não respeitam os portugueses e carregam com mais sacrifícios os reformados, os pensionistas, os trabalhadores da função pública?”, questionou.
Seguro considerou a actuação do Governo “inaceitável”, referindo que o executivo PSD/CDS-PP “não merece a confiança dos portugueses”.
“Os portugueses já tinham razões para desconfiar deste Governo e hoje está demonstrado, mais uma vez, o que vale a palavra do primeiro-ministro e dos membros do Governo”, frisou.
António José Seguro disse que o PS, “naturalmente, irá votar contra o DEO, se o Governo apresentar este documento a votação no parlamento, porque, é sabido”, que os socialistas têm “uma posição divergente”.
“Precisamos de parar com os cortes, a consolidação orçamental deve ser feita” pelo lado do crescimento da economia, defendeu.
A conferência de imprensa hoje realizada em Lisboa para apresentar as medidas do DEO, segundo insistiu o líder socialista, foi “uma forma de encenação para tentar encobrir aquilo que é aumento de impostos, cortes nas pensões e despedimentos na função pública”.
Para Seguro, as eleições europeias do próximo dia 25 são “uma forma de os portugueses expressarem a sua revolta e a sua indignação” contra o Governo do PSD/CDS-PP.
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