Um grupo de investigadores debate, esta sexta-feira e sábado, dias 12 e 13, a estratégia científica para o futuro museu municipal de Odemira.
Além da discussão científica, o evento inclui vários acontecimentos culturais em diferentes pontos da vila, tudo fruto do desafio lançado pelo Município, há cerca de um ano, para que fosse feito o estudo da riqueza cultural e patrimonial do concelho e de zonas limítrofes relevantes, explica à Agência Lusa o coordenador científico do evento, Pedro Prista.
Durante alguns meses, 16 investigadores fizeram o “levantamento do que existe” no território, a nível arqueológico, etnográfico, geológico e botânico, entre outras áreas, sendo os resultados destes trabalhos apresentados durante o colóquio.
Pedro Prista espera que no evento, organizado pela Câmara Municipal e pelo Grupo de Estudos do Território de Odemira (GESTO), sejam estabelecidas “as linhas científicas para o programa museológico” do museu.
O coordenador, antropólogo e professor universitário, assumiu a sua posição “bastante crítica” em relação à concepção de um museu municipal em Odemira, por considerar que o património arqueológico e etnográfico existente “não justifica, por si só, a constituição” desta infraestrutura.
No entanto, admitiu que “há outro tipo de valores culturais”, como a paisagem e monumentos geológicos, que podem tornar o projecto pertinente, motivo pelo qual considera importantes os resultados do colóquio, que irá decorrer no cine-teatro Camacho Costa.
A par do evento científico, terá lugar na vila alentejana, nos mesmos dois dias, um “pequeno festival” cultural, da responsabilidade de Madalena Victorino.
Sob o mote “O museu somos todos”, a coreógrafa e programadora cultural preparou um programa que “é um encontro dos habitantes com artistas locais”, em espaços “esquecidos”, como a antiga fábrica de moagem ou “casas abandonadas de famílias abastadas da região”.
Esta sexta-feira à noite, o público pode percorrer a vila em busca das cinco “instalações humanas”, indicou Madalena Victorino à Lusa.
A coreógrafa destacou o espectáculo de clown, desempenhado por alunos da Escola Secundária de Odemira ensaiados pelo artista Enano, no qual a estação rodoviária é “transformada numa mina”.
A noite de sábado, 13, será marcada pelo “balho único”, no coreto da capela de Nossa Senhora da Piedade, onde músicos portugueses e estrangeiros, com instrumentos desde a tradicional guitarra campaniça aos modernos teclados electrónicos, farão soar nove modas do Baixo Alentejo, aos quais uma cantora ‘soul’ alemã emprestará a sua voz.
Todas as actividades do programa cultural são gratuitas, indicou Madalena Victorino, evidenciando que, tal como o museu, o evento pretende ser “de todos e para todos”.
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