Alguns milhares de pessoas participaram esta quarta-feira, 15, ao principio da tarde no funeral das três vítimas de homicídio de Beja, que decorreu sob forte emoção no cemitério da cidade.
Após a missa de corpo presente, rezada no interior da capela da casa mortuária pelo padre António Cartageno, perante as urnas fechadas, os caixões das duas vítimas adultas foram transportados para o interior de dois carros funerários para percorrerem o curto trajecto até ao cemitério.
A urna da criança de quatro anos foi transportada em mão por familiares.
Já no interior do cemitério, após uma curta bênção, milhares de pessoas prestaram a última homenagem às três vítimas.
Entretanto, o suspeito do crime chegou ao Tribunal da cidade cerca das 13h50 para ser interrogado por um juiz de instrução criminal.
À chegada, dezenas de cidadãos que se concentraram no local gritaram "assassino", "monstro", "palhaço" e frases como “estás enterrando a família, bandido”.
O homem foi transportado dos calabouços da PSP numa carrinha policial para o edifício do tribunal, onde deu entrada por uma porta das traseiras.
O alegado homicida vai ser interrogado por um magistrado do Ministério Público e por um juiz de instrução criminal, que irá definir os crimes por que estará indiciado e decretar as medidas de coação.
À chegada ao tribunal, o comandante da PSP de Beja, o superintendente Viola da Silva, disse que o homem esteve sempre vigiado nos calabouços da polícia para evitar que cometesse "um ato tresloucado", alegando que se trata de "um crime bárbaro".
Recorde-se que Francisco Esperança, de 60 anos, é o suspeito de ter matado a mulher Benvinda, a filha Cátia e a neta Maria, e foi detido na segunda-feira à noite na sua casa, em Beja, onde foram encontrados os cadáveres.
O suspeito do triplo homicídio entregou-se por volta das 19h40 à PSP, sem oferecer qualquer resistência.
Os elementos policiais, após a detenção, entraram na casa, na Rua de Moçambique, onde encontraram os cadáveres da mulher, de 53 anos, da filha, de 28, e da neta, de quatro.
Segundo o resultado das autópsias, realizadas na terça-feira, 14, as três vítimas foram mortas "há vários dias, no máximo há uma semana", apresentando "múltiplos golpes" no pescoço e "noutras partes do corpo".
Fonte policial já tinha relatado à Lusa que as vítimas foram degoladas, há cerca de uma semana, com golpes no pescoço efectuados com uma catana.
O alegado homicida é um antigo bancário, que já tinha cumprido pena de prisão por um desfalque no banco onde trabalhava.
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