Cerca de 30 artistas nacionais, mas também vindos de Espanha, França ou Austrália, vão participar na quinta edição do Encontro Ibérico de Teatro Playback, que irá decorrer nesta fim de semana, 4 a 6 de novembro, na vila de Mértola.
A iniciativa, que no ano passado se realizou na cidade espanhola de Saragoça, visa “a partilha e experimentação entre pares”, contando no programa com masterclasses e oficinas, mesas-redondas de debate e performances.
“É um encontro que surge pela mão de um conjunto de praticantes de ‘teatro playback’ da Península Ibérica e que pretende juntar não só praticantes desta modalidade de teatro, mas também todos aqueles que tiverem interesse pelas artes em geral”, explica ao “CA” António Vicente, da organização.
Mértola é a segunda localidade de Portugal a receber o encontro, depois de Estremoz em 2019, e o evento conta com o apoio da Câmara Municipal. Pela localidade vão passar cerca de 30 artistas, na maioria de Portugal mas também de Espanha, Síria, Austrália, França, Finlândia.
“O ‘teatro playback’ já é praticado em mais de 70 países e a comunidade internacional é muito coesa. Sempre que tempos algum evento, há sempre esta cultura de se juntarem. Há uma entreajuda muito grande e isso é bonito, pois é também um teatro para a inclusão”, frisa António Vicente.
O programa arranca nesta sexta-feira, 4, pelas 15h00, com a receção dos participantes. Neste primeiro dia está prevista uma masterclass com Gerry Orkin (16h00) e, de noite, uma “jam” de teatro playback (21h45).
Para sábado, 5, o programa inclui, durante todo o dia, oficinas sobre esta forma de teatro, dinamizadas por José Marques, David Nunes, Patrícia Miranda, Rita Sales e Pedro Faria Bravo, Ana Fernández Espinosa e Olecia Shevchenko, Hani Alrstum e Devrim Nicolò Turletti. Às 21h30. No cine Marques Duque, tem lugar uma performance aberta à comunidade, intitulada “O Poder das Nossas Histórias”, seguida de uma festa.
O V Enconytro Ibérico de Teatro Playback em Mértola termina domingo, 6, dia em que está prevista uma mesa-redonda moderada por Elsa Childs (10h00), mais oficinas com António Vicente, Artur Correia, Ângela Lacerda Nobre e António Gonzaléz. A iniciativa termina pelas 13h15, com o “ritual de encerramento”.
Segundo explica António Vicente ao “CA”, o “teatro playback” é uma forma “interativa de teatro de improvisação”, que resulta da partilha, “por parte do público, de histórias pessoais, compreendidas e representadas pelos performers”, ou seja, “atores e músicos”.
É uma forma de arte que pretende “criar um sentido de comunidade entre as pessoas”, permitindo “um rompimento com a atitude passiva por parte do público, que vai fazer com que tenhamos essas histórias”, diz.
Para António Vicente, o objetivo do teatro playback “é também as pessoas partilharem e criarem pontes”.