Candidato comunista lembra que CDU foi a força política que mais trabalhou para a região na última legislatura e espera um “excelente resultado” nas eleições de 6 de Outubro.
Por que razão devem os baixo-alentejanos votar na CDU no dia 6 de Outubro?
O que importa para a CDU são as pessoas, o povo, os trabalhadores, repudiamos quem se serve da politica ao invés de servir o povo. A CDU caracteriza-se por ser uma força politica de trabalho, honestidade e competência, que defende e luta pelo que é nosso e preocupa-se com o rendimento e os direitos dos trabalhadores. Votar na CDU é saber avaliar quem, nós CDU, representamos. Naturalmente que essa avaliação deve ter por base o trabalho que fizemos e as nossas propostas. Acreditamos que o povo alentejano sabe valorizar quem trabalha, porque se há coisa que este povo sabe fazer é trabalhar, logo acredito que facilmente reconhecem quem sendo um deles é empenhado, dedicado e comprometido e trabalha para o desenvolvimento do distrito e da sua população. Por isso, espero que da avaliação do trabalho realizado na Assembleia da República a população do distrito de Beja faça uma avaliação positiva de um deputado que está lá para dar tudo por ela, pelo distrito e pelo país. É com a confiança que merecemos e temos nas pessoas que acreditamos num excelente resultado eleitoral no dia 6 de Outubro.
Diz que a CDU foi a força que mais trabalhou na AR nesta legislatura. Acredita que os eleitores do distrito reconhecerão esse trabalho ou teme uma perda de votos por parte da CDU, como apontam algumas sondagens nacionais, fruto da “geringonça”?
Acredito que o trabalho da CDU é reconhecido. Fomos, de longe, a força politica que mais trabalhou e conseguiu para o distrito de Beja. Os números são importantes, contudo o mais relevante é o resultado conseguido com esse trabalho. Ou seja, é relevante a quantidade, mas importa ser justo e avaliar a qualidade do que se produziu. No que respeita ao distrito de Beja, foram ao todo 17 projectos que apresentámos, oito dos quais aprovados. Entendemos que, nesta legislatura, defendemos os interesses da população, do distrito, da nossa região. A verdade é que dos projectos considerados estruturantes, fomos nós quem apresentou todos eles: rodovia, ferrovia, aeroporto, saúde e monoculturas intensivas e super-intensivas. Sendo que estes projectos correspondem ao que a população e a região pede e precisa. Por isso, o balanço é naturalmente positivo. Porém, só o conseguimos porque o PS não tinha maioria absoluta, pois o seu sentido de voto foi quase sempre contra, o que levaria à rejeição na Assembleia da República. Teríamos, então, muito trabalho e poucos resultados. Ao contrário de outros partidos, que defendem os interesses só de alguns.
Quais devem ser as prioridades do próximo Governo para a região nos próximos quatro anos?
Desenvolver a melhoria geral das respostas na Saúde. A valorização da Saúde, com concretização da construção da segunda fase do hospital de Beja, o investimento nos meios de diagnóstico e na melhoria da resposta dos serviços – incluindo o reforço e defesa do Serviço de Obstetrícia. Haver a garantia de profissionais em número suficiente nos serviços de Saúde no distrito, para dar resposta condigna às necessidades reais das populações, evitando faltas de cuidados à população. Mas mais: promover uma política de acessibilidades, assegurando a ligação directa de comboio entre Beja e Lisboa, a electrificação da linha entre Beja e Casa Branca e entre Beja e Funcheira, repondo a ligação directa ao Algarve, ter um sistema de transporte rodoviário que garanta um IP8 em perfil de auto-estrada entre Sines e Ficalho e sem portagens, sendo indispensável a abertura imediata do troço já efectuado, e articulação dos diversos modos de transporte, com a sua ligação ao aeroporto de Beja. Também potenciar com rapidez o aeroporto de Beja, uma infra-estrutura que deve ser colocada ao serviço do país. Nesse sentido, é necessário vê-la como um instrumento que pode potenciar a promoção turística, o escoamento da produção, ao serviço da região e do país com gestão pública. Ainda valorizar o trabalho e os trabalhadores – elemento crucial da política alternativa na região –, o que pressupõe, desde logo, mais investimento público no sector produtivo, de forma a criar emprego com direitos, estabilidade, e salários dignos. A CDU defende a revogação das normas gravosas do Código do Trabalho, o efectivo combate à precariedade e a valorização da contratação colectiva, o aumento geral dos salários para todos os trabalhadores, com um aumento significativo do salário médio, a valorização das profissões e das carreiras, a elevação do salário mínimo nacional para 850 euros. Outra prioridade é a promoção do emprego, designadamente a adopção de medidas que promovam a fixação de jovens na região. Também a salvaguarda da gestão pública da água e políticas de valorização ambiental. Concretizar o desassoreamento do rio Guadiana, produzir legislação que proteja – de facto – o montado, medidas efectivas de monitorização e controle dos efeitos na saúde pública e na paisagem contra a concentração e proximidade das produções agrícolas intensivas e super-intensivas junto a populações e áreas urbanas. Desenvolver uma agricultura sustentável, amiga do ambiente. O distrito dispõe de condições imensas para a produção agrícola capaz de contribuir para redução do défice alimentar do país. A CDU defende uma política agrícola que dê resposta às necessidades estratégicas de soberania agro-alimentar, de desenvolvimento rural e de equilíbrio demográfico da região e assente na diversificação. Estas são algumas entre muitas outras para um distrito que tem um enorme potencial de desenvolvimento e todas as condições para uma vida digna.
Que avaliação faz destes quatro anos de governação do PS?
Podemos afirmar que a CDU soube aproveitar a força que o povo nos deu. Porém, devemos mesmo questionar-nos se valeu a pena, nas eleições de 2015, ter assumido que o PS podia formar um Governo minoritário? Valeu, com certeza. Valeu pela derrota social da coligação PSD/CDS, valeu porque o que conta é eleger deputados e não primeiros-ministros. Mostrámos que todos os votos contam e que a CDU conta! Valeu porque o PS sozinho não podia fazer a política que sempre fez e com a força da CDU na Assembleia da República e os votos que nos deram contaram – e muito – para a mudança da governação e de políticas que se seguiu após as eleições que afastaram Passos, Portas e Cristas do Governo. A nível nacional foi possível o diálogo, sim foi, e conseguiu-se importantes ganhos. Fomos a força política com mais trabalho legislativo aprovado, 450 projectos de lei e resolução e 150 propostas de alteração aos Orçamentos do Estado, acima de tudo melhoria de direitos e rendimentos. Já ao nível do distrito de Beja, o deputado do PS nunca esteve disponível para nos acompanhar na luta, na exigência e na denúncia, muito menos para trabalhar nos projectos necessários e que o distrito tanto reclama e precisa. Preferiu o silêncio e sistematicamente foi mesmo um obstáculo à região, mesmo perante tantos projectos da CDU aprovados na Assembleia da República. Nos primeiros três anos votava contra ou abstinha-se, seguindo o sentido de voto do seu partido e desejo do Governo, para depois, no último ano, votar a favor face ao aproximar das eleições e para ficar bem na fotografia.