Governo atento ao negócio de venda da Somincor

A possível venda da Somincor por parte da Lundin Mining está a ser acompanhada pelo Governo, que assegura que, apesar de se tratar de uma operação de uma empresa privada, irá exercer “as suas competências na garantia de pleno respeito das normais legais e laborais e vigor”.

A posição foi assumida, a 20 de agosto, pelo Ministério da Economia, em resposta a uma pergunta apresentada pelo deputado António Filipe, do PCP, sobre a defesa do interesse nacional em face do processo de venda da Somincor.

Na pergunta, o deputado comunista questionava o Governo sobre as medidas tomadas “para assegurar a defesa dos interesses nacionais no processo de venda da Somincor” e para “salvaguardar a defesa dos interesses dos trabalhadores” da empresa.

António Filipe quis ainda saber por que razão “um ganho de centenas de milhões de euros” da Lundin Mining com a eventual venda da Somincor não é tributado em Portugal, questionando se o Governo não identifica neste processo “um comportamento de propositado desvio de receita fiscal do Estado português para outros destinos”.

Na resposta, consultada pelo “CA”, o ministério liderado por Pedro Reis lembrou que a Somincor “é uma empresa privada, de gestão igualmente privada”.

Ainda assim, afiançava que, estando “consciente da relevância social e económica da Somincor para os trabalhadores, para a região e para o país, o Governo exercerá as suas competências na garantia de pleno respeito das normas legais e laborais em vigor”.

Recorde-se que cerca de duas dezenas de empresas estrangeiras e até a Almina, concessionária das minas de Aljustrel, manifestaram interesse na aquisição da Somincor, proprietária das minas de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, sendo que neste momento lideram a “corrida” três grupos australianos e um sueco.

Segundo adiantou na passada semana o jornal digital “Eco”, um dos grupos australianos interessados na aquisição da Somincor é o South32, com sede em Perth e que registou lucros de 380 milhões de dólares no último ano.

Os outros dois grupos australianos interessados no mina de Neves-Corvo não são identificados pelo “Eco”, que coloca ainda nesta lista os suecos da Boliden, de Estocolmo e especializados na extração e fundição de cobre, zinco.

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Correio Alentejo

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