A Junta de Freguesia de São Luís, no concelho de Odemira, está indignada pela falta de profissionais de saúde na Extensão de Saúde local, sendo que de momento a freguesia não conta com médico, enfermeiros ou sequer serviços administrativos.
Em comunicado enviado ao "CA", o presidente da Junta de Freguesia, Fernando Parreira, considera mesmo que em São Luís o Estado está a incumprir com a Constituição da República Portuguesa, "que consagra no seu Artigo 64 que ‘Todos tem direito a protecção da saúde e o dever de a defender e promover’".
De acordo com o autarca, em São Luís "não existe o cumprimento dos planos de saúde e a actualização regular da medicação/ receituário de utentes é garantida com o apoio da Junta de Freguesia", que, "perante a situação assumiu enviar, receber e entregar o receituário aos utentes quando se agravou a dificuldade de recursos em consequência da pandemia Covid-19".
Além do mais, acrescenta Fernando Parreira, "convivemos diariamente com as dificuldades, com os sentimentos de impotência e com o agravar da saúde de centenas de idosos, doentes crónicos e famílias que não têm capacidade económica e nem alternativa para consultas, pois o Centro de Saúde de Odemira não funciona como referência, na medida em que não consegue dar resposta às necessidades dos utentes sem médico de família nesta e noutras extensões de saúde".
Mas mesmo que o Centro de Saúde de Odemira "funcionasse com mais recursos, o acesso de utentes a dezenas de quilómetros seria também difícil perante os custos e as acessibilidades precárias de transporte", acrescenta.
Nesse sentido, Fernando Parreira apela aos directores das unidades orgânicas do Centro de Saúde de Odemira e aos membros da administração da Unidade Local de Saúde do Alentejo Litoral, "que enquanto responsáveis por serviços e estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde possam reflectir acerca do estado da saúde na freguesia de Sao Luís e no concelho de Odemira".
O presidente da Junta de São Luís afiança que, "perante a gravidade da situação e preocupados com as consequências da sua eternização, continuaremos disponíveis para colaborar com as entidades competentes para identificação de soluções".
"Estaremos ao lado da comunidade e de outras freguesias e organismos para uma forte e justa mobilização dos utentes até à garantia dos direitos consagrados e acima mencionados, que em muitos casos fazem do nosso Serviço Nacional de Saúde uma política por excelência", conclui o comunicado, que a Junta de Freguesia de São Luís vai fazer chegar a diversos responsáveis locais, regionais e nacionais, incluindo o Presidente da República e o primeiro-ministro.
