Cerca de 500 praticantes da malha, um jogo popular das zonas rurais, participam este domingo, 28, numa festa em Cabeção (Mora) para demonstrar que esta prática lúdica, que remonta à Grécia Antiga, continua a mexer.
A iniciativa é promovida conjuntamente pela Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC) e pela Câmara de Mora, em parceria com os restantes municípios associados da CIMAC, e vai decorrer no campo de futebol de Cabeção.
Embora a iniciativa apresente um carácter competitivo, o mais importante, segundo os promotores, é "a participação e o convívio popular" entre os praticantes do jogo.
A Festa da Malha, segundo a organização, representa a afirmação de um jogo popular que é "uma referência histórica entre as populações mais idosas e um verdadeiro ponto de encontro entre gerações do distrito de Évora".
Os jogos desenrolam-se com a repetição do arremesso da malha (chapa de ferro) para derrubar o "xito" (objecto colocado direito no chão).
Este jogo, praticado habitualmente por pessoas idosas, encontra também adeptos entre os mais novos, que garantem a continuidade desta prática lúdica.
A iniciativa começou em 1993 em Évora e decorre anualmente num dos 14 concelhos do distrito.
Segundo os organizadores, a Festa da Malha surgiu da "necessidade de envolver o maior número possível de praticantes deste jogo com grande tradição no Alentejo".
A malha tem origem remota e já se praticava na Grécia Antiga, tendo sido os romanos a introduzir esta prática na Península Ibérica.
O jogo habitualmente desenrola-se nos largos e praças das vilas e aldeias, em chão de terra batida, e ganhou grande popularidade no Alentejo, sendo praticado por homens, na esmagadora maioria, e mulheres.
Sem necessidade de árbitro, na malha são os jogadores que fazem cumprir regras antigas e as dúvidas resolvem-nas no diálogo, junto ao "xito".
