Mais de 90 crianças e jovens participaram, no início deste mês de julho, nos campos de férias da Foot Academy, projeto desenvolvido há oito anos pelo ex-atleta Carlos Estebaínha na vila de Aljustrel e onde o futebol é o principal “atrativo”, mas que também trabalha as competências sociais dos mais novos.
A Foot Academy “nasceu” na altura em que Carlos Estebaínha, que representou, entre outros emblemas, Mineiro Aljustrelense e Desportivo de Beja, deixou de jogar futebol e passou a acompanhar mais os escalões de formação.
“Comecei a notar que havia muita carência nos miúdos, principalmente na parte técnica. Nota-se muito que os miúdos hoje em dia dificilmente conseguem fazer um lançamento, uma receção de bola… Comecei a ver que havia essa carência e começámos a trabalhar nesse aspeto”, conta ao “CA”.
Estava dado o “mote” para a Foot Academy, que desde então promove campos de férias no Estádio Municipal de Aljustrel, incidindo, sobretudo, na área do aperfeiçoamento técnico e complementando o trabalho que é feito diariamente nos clubes.
“Na formação não há tempo, pois o treinador tem uma unidade de treino de 1h15/1h20 e se vais fazer este complemento acaba por não treinar nada”, explica.
Talvez por isso, o projeto – que já chegou a funcionar de forma regular e semanal – tem registado sempre “bastante adesão”, recebendo jovens “de todo o distrito e não apenas do concelho de Aljustrel”, afiança Carlos Estebaínha.
“No primeiro ano começámos com cerca 20 miúdos e neste momento vêm 40 miúdos por semana e não apenas de Aljustrel! Cerca de 70% dos participantes [no campo de férias] vêm de todo o distrito de Beja e acho que tem sido positivo, temos evoluído cada vez mais”, reforça.
“A base do projeto é o futebol, mas também tentamos dar-lhe mais alguma coisa. É por isso que à tarde vamos à piscina ou temos ações e formação, palestras, para eles perceberem que o mundo não é só futebol”, justifica Carlos Estebaínha.
Além de Carlos Estebaínha, os trabalhos da Foot Academy contaram este com o contributo dos técnicos Nuno Martins, José Bernardino, Duarte Patrício, José Soares, Miguel Coelho e Pedro Bastos. Em cada dia havia treinos de campo, mas também atividades de cariz social e lúdico.
“A base do projeto é o futebol, mas também tentamos dar-lhe mais alguma coisa. É por isso que à tarde vamos à piscina ou temos ações e formação, palestras, para eles perceberem que o mundo não é só futebol. Além do mais, eles são jovens e também têm de se divertir”, justifica Carlos Estebaínha.
Concluída mais uma edição da Foot Academy, o técnico pretende continuar com o projeto nos próximos anos e, eventualmente, “voltar a ter treinos semanais”.
“Sou um apaixonado pelo treino e dá-me mesmo prazer fazer isto. Porque mais tarde começamos a ver os frutos que isto dá. Podem fazer mal uma e duas vezes, mas aquilo vai ficar-lhes na cabeça e mais tarde vão conseguir”, conclui.
