O antigo árbitro internacional de Beja José Veiga Trigo faleceu nesta terça-feira, 1, aos 73 anos, no hospital da cidade, onde estava internado há cerca de duas semanas, depois de ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Natural de Beja, onde nasceu a 7 de julho de 1951, José Alberto Veiga Trigo começou a ser árbitro quando estudava no Liceu da cidade, onde no intervalo das aulas dirigia algumas partidas, o que o levou a ser convidado pelo então presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Beja, Armando Nascimento, a ser mesmo árbitro em provas oficiais.
“De um dia para o outro passei de suplente a fiscal de linha num jogo da minha equipa”, recordou em entrevista ao “CA”, publicada em maio de 2007.
Foi assim o início de uma carreira que o levou até à 1ª divisão nacional na época de 1978-1979 e, mais tarde, a árbitro internacional. A estreia no estrangeiro foi a 20 de maio de 1987, num jogo entre as seleções nacionais de Espanha e de Malta.
Veiga Trigo despediu-se da arbitragem na época de 1995-1996, sendo o seu último jogo um Desportivo de Chaves-Sp. Braga. Para trás ficou uma carreira em que cultivou sempre a imagem de árbitro duro no contacto com os jogadores e implacável na aplicação das leis do jogo.
“Uma das minhas bases era combater a indisciplina. E a outra era combater os ‘caceteiros’. Porque havia que proteger os artistas da bola”, justificou ao “CA”.
Em nota publicada na sua página oficial na rede social Facebook, a Câmara de Beja lembrou Veiga Trigo como “um dos melhores árbitros que o futebol português conheceu no século XX”, deixando “uma marca indelével no desporto, tanto a nível nacional como internacional”.
“O nome de Veiga Trigo será sempre sinónimo de integridade e dedicação no desporto. Que descanse em paz”, acrescentou o município.
Em nota de pesar, a AFBeja apresentou “as mais sentidas condolências a toda a família e amigos de José Veiga Trigo”, que era seu sócio honorário.
Também o presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), José Fontelas Gomes, destacou a “carreira sólida” de Veiga Trigo na arbitragem, deixando “uma marca indelével” e que “marcou gerações”.
“O seu estilo autoritário e a forma como impunha respeito nas quatro linhas ganharam a admiração de jogadores, treinadores e dirigentes ao longo dos anos”, acrescenta Fontela Gomes em nota publicada no site da FPF.
O “CA” apresenta as suas sentidas condolências à família de Veiga Trigo.