A Estrada Nacional 2 (EN2/ ER2) é a mais longa de Portugal, atravessando o interior do país de Chaves a Faro. Na sua maior parte apresenta um tapete de alcatrão bastante razoável, mas quem circula no troço que liga Aljustrel a Castro Verde depara-se com um cenário bem mais “negro” que se tem agudizado nos últimos meses: são buracos atrás de buracos, alguns deles bastante profundos, numa via quase sem bermas e com muita circulação diária de pesados de mercadorias e veículos agrícolas.
“A estrada está indecente! É fugir dum buraco e cair logo noutro”, confidencia ao “CA” Fernando Teixeira Caetano, de 69 anos, que chega a fazer o trajecto entre Aljustrel, onde vive, e Castro Verde quatro vezes por dia. “Está à vista de toda a gente o estado em que esta estrada se encontra! E o carro já está de novo na oficina”, acrescenta em tom crítico.
“São buracos que parecem crateras”, afirma uma outra condutora, que prefere não ser identificada, num discurso que se repete em todos os que circulam com frequência na EN2. E nem os recentes trabalhos de manutenção da via parecem atenuar as críticas dos condutores. Nas redes sociais são mesmos muitos os posts e fotografias a lamentar o estado da estrada e a denunciar as suas consequências na manutenção das respectivas viaturas.
Além dos condutores, também os autarcas de Castro Verde e Aljustrel estão preocupados com o (mau) estado da EN2 no troço que liga os dois concelhos. “Estamos a trabalhar nesse processo. O estado geral da estrada, sobretudo no troço que atravessa o concelho de Castro Verde, é absolutamente inaceitável. Não estamos parados”, afiança o presidente da autarquia castrense, António José Brito.
Já o presidente da Câmara de Aljustrel lamenta que ao longo dos últimos anos a Infra-estruturas de Portugal (IP), entidade gestora da rede nacional viária, tenha tido “uma resposta muito ténue” aos problemas identificados na EN2. “Ao fim de dois anos a manifestar a nossa indignação e preocupação sobre a segurança rodoviária e de melhorar a capacidade de circulação nesta estrada, não tem havido uma correspondência por parte da IP”, acusa Nelson Brito, que está igualmente preocupado com o mau estado do troço da EN2 entre Aljustrel e Ferreira do Alentejo, assim como da EN 361 entre a “vila-mineira” e Rio de Moinhos.
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