EMAS Beja em situação de rotura financeira. CDU nega

EMAS Beja em situação de

A Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS) de Beja entrou numa situação de “rotura completa de tesouraria” no passado mês de Junho, o que levou a nova administração a avançar, “com carácter de urgência”, para a contratação de um empréstimo de médio e longo prazo no valor de 2,5 milhões de euros.
De acordo com a EMAS, “está em causa o vencimento, que entretanto já se iniciou, de vários empréstimos de curto prazo (que a lei impede que sejam usados para a realização de investimentos estruturais) contraídos de forma sucessiva nos últimos dois anos, sem uma previsão relativamente à forma como seriam liquidados, nem uma expectativa sólida quanto ao acesso a financiamentos comunitários”.
“Acrescem ainda elevados valores de facturação que foram e estão a ser apresentados por diversos empreiteiros, empresas de fiscalização, entre outros. Na maior parte das situações, estão sem receber desde Junho passado, altura em que os pagamentos foram suspensos por rotura completa de tesouraria, criando uma situação insustentável para muitos empreiteiros, prestadores de serviços, fornecedores e também para a própria empresa pela pressão que causa sobre os serviços”, acrescenta a EMAS em comunicado.
A empresa acrescenta ainda que este “não é o único problema” nem talvez “o mais grave”, mas as reuniões diárias da administração com empreiteiros e entidades bancárias “estão a permitir montar uma operação para que a solução possível seja colocada em prática no mais curto espaço de tempo”.
“Apesar das dificuldades encontradas, há uma enorme expectativa sobre a resolução deste impasse, encontrando-se praticamente asseguradas possibilidades de financiamento em condições muito mais vantajosas que as que estavam a ser tentadas, sem sucesso, pela anterior administração”, conclui a EMAS.
Na resposta, os vereadores da CDU na Câmara de Beja garantem não ser verdade que em Junho de 2017 a tesouraria da Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS) “tenha entrado em rotura”, como revelado esta semana pela nova administração da empresa. Em comunicado, os eleitos comunistas afiançam que “os pagamentos a fornecedores, incluindo fornecedores de investimento, estava a decorrer dentro dos prazos definidos para o efeito” e que em Setembro de 2017 a empresa “encontrava-se a cumprir com os prazos de pagamento definidos, pelo que qualquer atraso que haja no pagamento a empreiteiros ou fornecedores é da responsabilidade do actual executivo PS”.
No longo comunicado, a CDU explica que os investimentos realizados pela EMAS no concelho nos últimos dois anos “tiveram como pressuposto a possibilidade de apresentação de candidatura a fundos comunitários, mais propriamente ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR)”, sendo que numa fase inicial, “não havendo avisos de candidaturas abertos”,se avançou com um empréstimo de curto-prazo de 1,5 milhões de euros no âmbito do Plano Estratégico de Renovação de Redes do Concelho de Beja.
“O valor em causa seria amortizado com o financiamento obtido através da candidatura”, diz a CDU, que contudo se viu confrontada com o facto de o aviso do PO SEUR apenas de se destinar a projectos apresentados “por agregação de municípios/ entidades gestoras”, que entre outras condicionantes, abrangesem “no mínimo 50.000 habitantes residentes”.
“Deste modo, tendo em consideração os investimentos em curso foi decidido em reunião de conselho de administração de Setembro de 2017 a necessidade de contratualização de um empréstimo de médio e longo prazo, no valor total de 2,5 milhões de euros, verba essa que serviria para amortizar o empréstimo de curto prazo, bem como para reforço de tesouraria, por forma a garantir o pagamento atempado aos empreiteiros”, justifica a CDU.

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Correio Alentejo

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