Declaração de amor a Santa Bárbara de Padrões

Declaração de amor a

“Santa Bárbara é a minha aldeia/ a que trago no coração/ Terra humilde e rica em tradição”: o poema surge na contracapa do livro e resume o que levou o jovem José Miguel Costa a escrever um livro sobre a sua terra. Santa Bárbara de Padrões – A identidade de uma freguesia foi lançado em Agosto e são pouco mais de 100 páginas onde o autor faz uma verdadeira “declaração de amor” à terra onde nasceu.
“Sou completamente apaixonado por Santa Bárbara de Padrões e este livro é uma declaração de amor a Santa Bárbara. Com este livro, além de homenagear Santa Bárbara, todas as nossas gentes e todo o nosso património material e imaterial, pretendo também dar a conhecer uma perspectiva renovada desta aldeia, que é a minha e de que eu gosto muito”, reconhece ao “CA” José Miguel Costa, de apenas 19 anos.
Estudante de Direito em Lisboa, há muito que José Miguel Costa alimentava o sonho de escrever um livro sobre a sua terra. “A ideia de fazer este livro começou há praticamente 19 anos”, diz em jeito de brincadeira. Certo é que o sonho ganhou asas e já este ano o jovem autor lançou-se à escrita.
“Tive a noção que havia a necessidade de fazer qualquer coisa sobre Santa Bárbara de Padrões. Os documentos e as publicações que existiam e existem sobre esta terra eram escassos e então achei que era preciso fazer alguma coisa para preservar toda esta riqueza e este património”, conta.
Desde esse momento tudo se processou rapidamente. A escrita arrancou em Maio e no final de Agosto o livro já estava a ser apresentado. Pelo meio José Miguel Costa visitou todas as localidades da freguesia, falou com habitantes e responsáveis associativos, consultou documentos históricos (inclusive na Torre do Tombo, em Lisboa) e entrevistou alguns especialistas em áreas como a História, a Arqueologia ou as tradições locais.
“Este livro foi relativamente fácil de escrever, porque até já tinha alguma informação e algumas fontes reunidas pelo interesse que tinha já de algum tempo atrás”, garante o autor, que dividiu a obra em capítulos, abordando temas caracterizadores da identidade da freguesia, como as lucernas romanas do santuário de Arannis, a igreja matriz e a padroeira Santa Bárbara, o cante alentejano, o artesanato ou a mina de Neves-Corvo. Também o extinto concelho de Padrões, que integrava as aldeias de Santa Bárbara de Padrões e de Graça de Padrões, merece um capítulo no livro, com informação que José Miguel Costa recolheu.
“Descobri que o antigo concelho de Padrões tinha Foral, o que nunca havia sido equacionado. Consegui fazer essa descoberta no Dicionário de Portugal Antigo e Moderno”, conta o jovem, admitindo que esta questão lhe causou alguma surpresa. “É claro que me surpreendeu, até porque é um bocadinho estranho um concelho ter foral e nunca se ter abordado essa questão. Mas também fiquei surpreendido com algumas fotografias e também com algumas descobertas que fiz sobre o santuário de Arannis”, acrescenta.
O livro Santa Bárbara de Padrões – A identidade de uma freguesia foi apresentado a 25 de Agosto e esgotou um dia depois, estando já prevista uma nova edição. “As pessoas têm gostado do que têm lido, ficam até emocionadas por verem algo sobre a sua terra e por verem alguém tão jovem a escrever um livro”, nota o jovem autor, que admite, lá mais para a frente, voltar à escrita.
“Confesso que, quanto a essa questão do antigo concelho de Padrões, gostava mesmo de investigar mais, porque acho que é um concelho que tem pouca coisa publicada e era importante tentar investigar-se mais um bocadinho”, conclui José Miguel Costa.

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Correio Alentejo

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