Promover as potencialidades e a valorização dos recursos associados ao rio Mira é o grande objectivo do novo Plano Estratégico e Operacional de Valorização do Rio Mira (PEOVRM), promovido pela Câmara de Odemira. O Plano, que tem um prazo de execução de uma década, até 2030, foi publicamente apresentado no último fim-de-semana, durante a FACECO 2019, onde também foi assinado o “Pacto do Mira”, a primeira das acções do PEOVRM.
Para o presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro, o documento resulta de “um trabalho de abertura plena e permanente”, desenvolvido ao longo dos últimos dois anos pela autarquia e elaborado pelas empresas de consultoria Ecosativa (de Milfontes) e We Consultant (de Lisboa). Para tal, foram consultadas 43 entidades públicas e privadas, além de terem sido realizadas sessões públicas com a população em Santa Clara-a-Velha, Odemira e Vila Nova de Milfontes e sessões de campo com “entidades-chave”.
O resultado final é o PEOVRM, que tem um propósito bem definido. “Com este Plano vamos deixar de estar de costas voltadas para o rio Mira, para o seu potencial e para aquilo que ele é capaz de oferecer como recurso natural e indutor de desenvolvimento económico”, nota o autarca odemirense.
O PEOVRM inclui com um total de 11 operações, sendo que a primeira foi concretizada em plena FACECO, no dia da abertura: a assinatura do “Pacto do Mira”, acordo que envolve 14 entidades, que se comprometeram institucionalmente a fazer o acompanhamento e implementação do Plano.
“O rio Mira é a ‘coluna vertebral’ do concelho de Odemira, por isso é um momento muito importante e um virar de página. Espero que a partir de agora todas as entidades e todos os cidadãos interessados na preservação e conservação dos recursos se mobilizem e se motivem para tornar este rio ainda mais interessante, mais qualificado, para que possamos todos usufruir de uma forma mais efectiva da beleza e da navegabilidade deste rio”, vinca ao “CA” o vice-presidente da Câmara de Odemira, Ricardo Cardoso.
Além do “Pacto do Mira”, o PEOVRM prevê como segunda operação a realização de estudos fundamentais sobre o rio, nomeadamente um estudo integrado de salvaguarda e valorização do património material e imaterial do Mira, um estudo hidráulico e de navegabilidade, e outro de monitorização ambiental.
A terceira acção inclui os trabalhos de qualificação ambiental, sobretudo limpeza de margens e recolha de detritos no leito do rio, em diversos troços do Mira entre a Casa Amarela e Santa Clara. Já a quarta acção prevê a criação de diversos percursos para a fruição natural das margens do Mira.
A valorização da albufeira de Santa Clara é o objecto da quinta acção do PEOVRM, onde se destaca a construção de um centro náutico e a instalação de um parque de campismo e caravanismo. Por sua vez, a sexta acção passa pela revitalização de Santa Clara-a-Velha, enquanto a sétima visa a requalificação urbana de Odemira, onde sobressai a requalificação da Fábrica do Miranda, que passará a ser o Centro Interpretativo do Mira.
A 8ª acção do PEOVRM aponta para a criação de um novo lugar de fruição do Mira, com a instalação de um espaço público equipado e de um cais marítimo-turístico na “Casa do Meio”, no troço entre Casa Branca e Odemira, ao passo que na 9ª acção se pretende a requalificação do espaço público e a fruição das margens do Mira na Casa Branca e sua envolvente.
Vila Nova de Milfontes é o “território” da 10ª acção do PEOVRM, que inclui, entre outros trabalhos, a ampliação do cais desportivo da praia da Franquia, a requalificação e ampliação do cais da Fateixa, a criação do Centro Náutico 1.000 Fontes e a instalação de um cais turística na praia das Furnas.
Finalmente, a 11ª acção visa a visa a promoção e difusão da cultura local e dos valores patrimoniais materiais e imateriais, “reposicionando a importância do rio Mira para o território local, regional e nacional”. Para tal, estão previstos os projectos “Mira Circular”, “Mirambulante”, “Degusta-o-Mira” e “Mira Alternativo”.
“Este plano é muito completo e transversal do ponto de vista ambiental, económico, social e educacional”, nota o vice-presidente da autarquia.
Segundo Ricardo Cardoso, este é um Plano “exequível” e capaz de ser concretizado ao longo da próxima década. “Consideramos que estas são acções pertinentes e concretizáveis”, afiança.
Quanto ao orçamento para o PEOVRM, o autarca odemirense nota que esta estratégia irá cruzar “três quadros comunitários”, estando em análise todas as possibilidades de financiamento através de programas nacionais e/ou da União Europeia. “Temos um plano ambicioso, muito discutido e muito participado, e acreditamos que nos vamos poder socorrer de todos os fundos que surgirem e de todas as oportunidades de financiamento que tivermos”, conclui Ricardo Cardoso.
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