A Câmara de Castro Verde recusa ter tido responsabilidades no cancelamento das festas do bairro da Cerca dos Pinheiros, que deviam realizar-se este fim-de-semana.
O caso foi espoletado na quinta-feira, 19, pela candidatura do PS aos órgãos autárquicos do concelho, que acusou o executivo de “falta de diálogo” com a Associação de Moradores da Cerca dos Pinheiros (AMCV), o que acabou por motivar o cancelamento dos festejos.
Em comunicado assinado pelo presidente Francisco Duarte, a autarquia diz ter sido “com profunda estupefacção” que tomou conhecimento “da notícia da não realização das festas populares da Associação de Moradores da Cerca dos Pinheiros através de um comunicado do PS”, garantindo que “desde o primeiro momento que este executivo tem correspondido de forma positiva aos pedidos efectuados por esta associação para a realização das suas festas anuais, a exemplo do que ocorreu este ano”.
No mesmo documento, a Câmara de Castro Verde revela ter sido informada pela AMCP da realização das suas festas “através de carta remetida a 23 de Janeiro de 2013”, tendo-se seguido “contactos no sentido da alteração da data de realização das referidas festas, face à coincidência com outra iniciativa já programada (concerto do Festival Terras sem Sombra, na Basílica Real)”.
“Este diálogo não obteve resultados positivos”, vinca a autarquia, que “face à ausência de outras alternativas, à indisponibilidade/ inflexibilidade da AMCP na procura de data mais consentânea e também à avaliação da compatibilidade das duas iniciativas, apenas condicionada pela não amplificação de som no período de realização do concerto do ‘Terras sem Sombra’”.
De acordo com o comunicado, a Câmara de Castro Verde acabou por deliberar, em reunião a 13 de Março, conceder um subsídio de 900 euros e todo o apoio logístico necessário para a realização das festas, com base no reconhecimento de que a Associação de Moradores da Cerca dos Pinheiros “é uma associação que desenvolve um conjunto de acções nas áreas do lazer, do social e do cultural no concelho” e de cujo plano de actividades se destaca a realização de um mastro popular, “acção de animação aberta ao público em geral, ultrapassando o espaço físico do bairro”.
“Esta proposta foi aprovada por unanimidade pelos eleitos da CDU e do PS, com a condicionante da “não realização de som amplificado no recinto das festas no sábado 22, entre as 21h00 e as 23h45”, acrescenta o comunicado, onde o executivo municipal conclui: “Deixamos a resposta política de natureza partidária que este comunicado do PS merece (comunicado esse que parece querer antecipar em três meses a campanha eleitoral em Castro Verde), para a CDU, que o fará, seguramente, dentro do espírito democrático, responsável e saudável que se deve ter em períodos eleitorais e pré-eleitorais”.
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