O concelho de Castro Verde pretende vir a ser classificado como Reserva da Biosfera da Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
O processo, que envolve a Câmara Municipal, a Associação de Agricultores do Campo Branco (AACB) e a Liga para a Protecção da Natureza (LPN), está a ser trabalhado há cerca de um ano e a candidatura deve ser apresentada ao Comité Nacional da Unesco até final de 2015.
Mas o que é uma Reserva da Biosfera da Unesco?
“É um lugar vivo onde têm de existir pessoas e actividade humana e onde a conservação da natureza se alia ao desenvolvimento sustentável”, esclarece o programa “Homem e a Biosfera”, da Unesco.
Na prática, aquilo que, segundo os promotores da candidatura de Castro Verde, já se faz no concelho do Campo Branco através do Plano Zonal.
“Isto é o culminar de um trabalho que tem vindo a ser feito desde há 20 anos”, advoga ao “CA” o presidente da Câmara de Castro Verde, Francisco Duarte, garantindo que o concelho, mesmo não tendo já o estatuto de Reserva da Biosfera, poderia agora “apresentar um relatório de execução equivalente aos de outras reservas da biosfera que existem no país”.
“Ao fim de 20 anos de prática do Plano Zonal nós já temos uma grande experiência e muito trabalho de casa feito”, diz o presidente da AACB, José da Luz Pereira.
“O trabalho que tem sido feito em Castro Verde, em que compatibilizamos as actividades económicas com a conservação da natureza e das espécies ameaçadas, é a génese de qualquer reserva da biosfera da Unesco”, complementa Rita Alcazar, da LPN.
Para já, existem muitas cautelas entre os promotores da candidatura de Castro Verde a Reserva da Biosfera da Unesco.
O processo será entregue ao Comité Nacional da Unesco até final de 2015, que depois de o avaliar o remeterá para a própria Unesco a fim de ser aprovado ou não.
Tudo isto faz com que, por enquanto, não exista um prazo no horizonte para a candidatura ser aprovada, mas os seus responsáveis têm uma certeza: serão grandes as vantagens que este estatuto trará para o concelho.
“Pensamos que esta chancela pode trazer uma mais-valia significativa para o concelho no seu conjunto, não só em termos agrícolas mas em termos de toda a actividade económica e não só que este concelho produz”, afiança o autarca Francisco Duarte.
Com esta classificação “saímos do patamar de excelência nacional e europeu que já temos e conseguimos uma chancela a nível mundial de uma agência das Nações Unidas, o que permite um reconhecimento internacional”, reforça a ambientalista Rita Alcazar.
Para o presidente da AACB, a classificação como Reserva da Biosfera pode igualmente ter outro alcance: garantir a continuidade do Plano Zonal de Castro Verde.
“E o Plano Zonal é hoje fundamental para a agricultura desta região”, lembra.
