Em tempo de Feira de Castro, o Fórum Municipal de Castro Verde vai receber, na noite deste sábado, 15, pelas 21h30, a 30ª edição do Encontro de Tocadores de Viola Campaniça e Cantadores de Despique e Baldão.
A iniciativa é promovida pela Cortiçol – Cooperativa de Informação e Cultura de Castro Verde, através do programa radiofónico “Património”, apresentado desde a primeira hora por José Francisco Colaço Guerreiro e através do qual foi possível “recuperar” a viola campaniça.
Numa noite em que a tradição do baldão e do cante ao despique será acompanhada pelo trinar da viola campaniça, haverá ainda lugar a uma homenagem ao cantador António Luís Pereira, de Ourique.
Nesta iniciativa, “o intuito inicial da Cortiçol mantém-se e, por isso, aposta-se na valorização dos intérpretes do improviso, homenageando em cada encontro um deles, escolhido no ano anterior pelos seus pares, enquanto temos o gáudio de registar, ainda agora, a presença de jovens cantadores e tocadores de viola campaniça”, afirma ao “CA” José Francisco Colaço Guerreiro.
Segundo o autor do programa “Património”, há muito que “passou a ser uma preocupação da Cortiçol” a “revitalização” do cante de improviso e da viola campaniça, “por via da divulgação e difusão daquela arte tradicional já praticamente extinta”.
“Das medidas práticas que tomámos foi o incentivo dado aos cantadores e tocadores através da sua participação regular na nossa programação, tornando conhecidos os sons e os artistas até então já praticamente ignorados no nosso concelho e na região”, afiança.
A par disso, continua, “organizámos o Grupo das Violas Campaniças e começámos a fazer espetáculos de apresentação de uma tradição repentista já esquecida, mesmo aqui em Castro Verde, onde Feira de Castro era a sua catedral e há décadas atrás aconteciam as maiores tertúlias do canto de improviso”.